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sexta-feira, 3 de abril de 2020

MULHER QUE PEDIU EXÉRCITO NA RUA A BOLSONARO SE DIZ “ARREPENDIDA”



Nesta quinta-feira (03/04), um vídeo ganhou as manchetes de diversos jornais e foi publicado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nele, uma mulher que se identificava como professora e tinha a voz embargada, como se fosse chorar, pedia ao presidente para reabrir os negócios e colocar o exército nas ruas.
Uma série de governadores e prefeitos decretaram politicas de isolamento social para conter a pandemia do coronavírus. Bolsonaro é contra.


A autora do pedido é a ex-empresária e professora Fátima Montenegro, dona da empresa, cuja inscrição foi cancelada em 2018, Caligrafia ABZ. Em entrevista ao Metrópoles, ela disse, nesta sexta-feira (03/04), que está arrependida e que teria sido mal interpretada ao pedir o “Exército nas ruas”.
“Por que falei isso? Não pedi intervenção [militar]. Se não estão deixando abrir o comércio, não pode deixar ninguém fazer [nada], põe o exército para pelo menos proteger a gente. Porque vão prender a gente. Não tive outra intenção. Me arrependi tanto de falar isso. Por que não veio polícia na minha cabeça?”, disse a professora, em entrevista.
Mãe de dois filhos, Fátima disse que tem sido ameaçada após o presidente Bolsonaro compartilhar a mensagem e o vídeo viralizar nas redes sociais.
“Estão me ameaçando, não param de me ligar. Tenho meus dois filhos. Não tive intenção nenhuma, maldade de ninguém. Estou acordada até agora, não dormi nesta noite”, relata a mulher, que não quis revelar a idade ou os autores das supostas ameaças. Ela diz que teve seu número de telefone divulgado.
“Não conheço o presidente, não foi nada armado. Pedi para ele isso. Na verdade, levei meus filhos para passear. Aí fiquei emocionada. Como vou prover meu lar? Não faço outra coisa a não ser dar aulas”, continuou.
“Me deixem em paz. Quero continuar minha vida como era”, prosseguiu. “Eu tenho dois filhos, moro sozinha. Estão brincando com a minha vida”, complementou.
Em entrevista ao Metrópoles, a ex-empresária se diz “arrependida” da frase que disse ao presidente Jair Bolsonaro. “Por que não veio polícia na minha cabeça”
Perfil
Nas redes sociais, a professora bolsonarista se diz “patriota” e “conservadora”. Ela relatou ter participado das manifestações do último dia 15 de março, quando apoiadores do presidente pediram o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente juntou-se aos manifestantes apesar do apelo de autoridades da saúde para que ficasse em quarentena por causa de ter sido exposto ao coronavírus.
“Câmara, Senado, STF e grande imprensa estão contra o Brasil”, diz faixa apresentada pela militante.
Falta de declarações e processo
Desde o dia 17 de outubro de 2018, a empresa de Fátima Montenegro, está com a inscrição “inapta” na Receita Federal por omissão de declaração. A professora oferece, porém, ainda hoje oferece cursos de caligrafia.
Já o processo distrital é anterior. O cancelamento do cadastro fiscal da ABZ Caligrafia Técnica – nome fantasia do empreendimento – está publicado no Diário Oficial do Distrito Federal, na edição de 20 de abril de 2018.
Há, também, um processo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) contra a empresa de Fátima. Conforme a homologação dos cálculos pela Justiça do Trabalho, o funcionário reclamante teria direito a R$ 6.443,06 a receber. Fátima alegou falta de bens e chegou a oferecer R$ 1.500, divididos em dez parcelas. O processo está suspenso desde 26 de março deste ano, conforme indica o TRT.

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