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sábado, 24 de julho de 2021

Braga Netto, que ameaça com novo golpe, recebeu R$ 100,7 mil de salário em junho


Mamata beneficia o titular do Ministério da Defesa

O general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, recebeu R$ 100,7 mil de salário líquido no mês passado. O general, que ameaça com novo golpe, é beneficiário de uma verdadeira mamata. Além dos habituais R$ 30,9 mil de salário, o general obteve R$ 91 mil de “outras remunerações eventuais". 

"Golpismo e mamata explicam arroubo de general. Quero ver explicar isto na Câmara", escreve no Twitter o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que convocará Braga Netto para dar  explicações.  




Postura norte-americana 'atirou' China para os braços da Rússia, afirma especialista

 


A Sputnik Brasil conversou sobre a tensa relação entre China e EUA em áreas como economia, cibersegurança, defesa e política externa com uma especialista do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou.

A China rejeitou nesta quinta-feira (22) um plano da Organização Mundial de Saúde (OMS) para uma segunda fase de uma investigação sobre a origem do SARS-CoV-2, que inclui a hipótese de que o vírus poderia ter escapado de um laboratório chinês. Horas depois, a Casa Branca afirmou que estava "profundamente desapontada" com a decisão da China.

Durante a campanha para a Casa Branca em 2020, o democrata Joe Biden desdenhava a hipótese de o novo coronavírus ter sido liberado acidentalmente ou deliberadamente por um laboratório chinês, enquanto o presidente Donald Trump defendia essa teoria.

Máscaras de Joe Biden e Donald Trump são confeccionadas após contagem de votos apontar vitória de Biden na eleição presidencial norte-americana
© REUTERS . ISSEI KATO
Máscaras de Joe Biden e Donald Trump são confeccionadas após contagem de votos apontar vitória de Biden na eleição presidencial norte-americana

Agora, o presidente Biden ecoa as afirmações de Trump de que o SARS-CoV-2 pode ter sido criado artificialmente e vazado do laboratório de Wuhan. Mas esta não é a única área em que a administração democrata está seguindo os passos do ex-presidente republicano.

A Sputnik Brasil conversou sobre a tensa relação entre as duas maiores potências do mundo em diversas áreas como economia, cibersegurança, defesa e política externa com Anna Kireeva, professora associada de Estudos Orientais e pesquisadora associada do Centro de Estudos Chineses Integrados e Projetos Regionais do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO, na sigla em russo).

Mantendo a linha trumpista

O ex-presidente Donald Trump (2016-2021) iniciou uma dramática ruptura nas relações dos EUA com a China, com declarações bombásticas, imposição de sanções e controles de exportação. Biden foi eleito afirmando que os EUA voltariam a ser o que eram antes de Trump, mas na prática, com relação à China, o democrata tem adotado uma postura muito parecida com a do seu antecessor.

Pedestre passa por muro grafitado com imagem do presidente da China, Xi Jinping, e dos EUA, Donald Trump, em Berlim, Alemanha, 29 de abril de 2020
© AP PHOTO / MARKUS SCHREIBER
Pedestre passa por muro grafitado com imagem do presidente da China, Xi Jinping, e dos EUA, Donald Trump, em Berlim, Alemanha, 29 de abril de 2020

Anna Kireeva recorda que Biden adotou durante a campanha de 2020 uma retórica muito mais branda com Pequim do que Trump, mas, uma vez eleito, o democrata "manteve os elementos básicos da política de Trump em relação à China".

"No que se refere às principais medidas adotadas, na esfera econômica, na sua maioria, Biden segue a linha política que já foi adotada pelo governo Trump. Na política externa, a gente vê particularmente a continuação dessa política, com algumas correções pontuais. Mas o mais importante é que o governo Biden está mais disposto a trabalhar com os aliados, e levar em conta os seus pontos de vista e preocupações, para atraí-los ao objetivo comum de confrontar a China, em praticamente todas as esferas relevantes", explica a especialista.

Segundo Kireeva, com Biden, a retórica anti-China diminuiu, com o presidente norte-americano inclusive afirmando que Pequim é o principal parceiro estratégico de Washington, mas todas as medidas nas esferas econômica e político-militar ficaram inalteradas, "todas as tarifas introduzidas pelo governo Trump seguem durante a administração Biden".

Política e tecnologia

A professora do MGIMO afirma que o Congresso norte-americano tem atualmente duas grandes preocupações com relação à China: acabar com a suposta repressão aos muçulmanos uigures e outras minorias na região de Xinjiang e a necessidade que os EUA têm de manter a sua vantagem competitiva na área de alta tecnologia.

Presidente dos EUA, Joe Biden, discursa durante sessão conjunta do Congresso Nacional, Washington, EUA, 28 de abril de 2021
© REUTERS / MELINA MARA
Presidente dos EUA, Joe Biden, discursa durante sessão conjunta do Congresso Nacional, Washington, EUA, 28 de abril de 2021
"Agora em junho foi aprovada uma nova lei sobre inovação e concorrência [nos EUA], que prevê a alocação de US$ 250 bilhões [aproximadamente R$ 1,3 bilhão] para que o país aumente o seu potencial na esfera da alta tecnologia e assim impedir que a China se torne a potência dominante" relembra Anna Kireeva.

Além do investimento local, Washington tem, desde o governo Trump, adicionado empresas chinesas à sua lista negra de sanções, que ficam proibidas de colaborar ou realizar qualquer tipo de negócio com outras organizações norte-americanas, ou nos EUA. A administração Biden ampliou o escopo da lista negra para proibir quaisquer negócios com empresas chinesas do complexo militar-industrial. Recentemente, a Casa Branca adicionou mais 14 empresas ao rol.

"Isto é, as medidas para reduzir a interação com empresas da China se expandiram. O governo [dos EUA] se preocupa com a eventual obtenção por parte da China da sua tecnologia de semicondutores e se esforça para fechar quaisquer brechas que existam, tanto nos EUA, quanto nos países aliados. Há uma pressão para que os aliados também deixem de cooperar com empresas chinesas. E devo dizer que aqui o governo [dos EUA] foi muito bem-sucedido", comenta a especialista.

Por outro lado, a China vem se movimentando, corrigindo programas do seu próprio desenvolvimento econômico e tecnológico, com novo plano de cinco anos para sair da dependência que atualmente tem de algumas indústrias norte-americanas.

"[A China] tem a meta de até 2025, em áreas cruciais de alta tecnologia, produzir as principais tecnologias independentemente. No entanto, na prática ainda existem deficiências em tecnologias cruciais, em particular na esfera de semicondutores", contextualiza.

Com relação ao setor militar, a professora afirma que a administração Biden ainda não possui uma estratégia definida. "Vemos que há um processo de revisão dessa política no Ministério da Defesa, no Pentágono. Está claro que o princípio será confrontar a China em todas as esferas, em todos os níveis, mas ainda não vimos nenhuma medida concreta", afirma.

Prédio do Pentágono em Arlington, Virgínia, EUA (foto do arquivo)
© REUTERS / CARLOS BARRIA
Prédio do Pentágono em Arlington, Virgínia, EUA (foto do arquivo)

Posição dos EUA fortalece relação Rússia-China

A retórica da administração Biden da luta da democracia contra autocracias, isto é, a China e a Rússia, tem consolidado a colaboração entre os dois gigantes, explica a professora, mas essa aproximação começou ainda no governo do democrata Barack Obama (2009-2017).

"O fortalecimento da cooperação entre a Rússia e a China em geral ocorreu como resultado das políticas das administrações norte-americanas, primeiro da administração Obama, em função da resposta que ele deu à Rússia nos eventos relacionados à Crimeia e à Ucrânia. Depois, a política de Trump em relação à China, que enfatiza a confrontação com Pequim. Nesse sentido, Rússia e China se sentem sob pressão norte-americana, se veem como objeto de diversas medidas restritivas, inclusive econômicas. Isso com certeza levou a uma maior interação bilateral, ao fortalecimento da cooperação na esfera político-militar, para a maior coordenação política", explica Anna Kireeva.

Todavia, a especialista reconhece que é bastante difícil avaliar quais serão os limites dessa cooperação Moscou-Pequim. Ela diz que caso a Cúpula Rússia-EUA reduza as tensões entre os dois países ou mesmo leve a alguma cooperação seletiva, "então é bem provável que não haverá estímulos para que Rússia e China passem a uma cooperação militar mais séria e profunda", caso contrário, "veremos a continuação e o aprofundamento de uma cooperação diversificada entre Rússia e China, inclusive em novas áreas".

Presidente da Rússia Vladimir Putin participa de eventos realizados no âmbito da visita à Rússia do presidente da China Xi Jinping
© SPUTNIK / SERGEI GUNEEV
Presidente da Rússia Vladimir Putin participa de eventos realizados no âmbito da visita à Rússia do presidente da China Xi Jinping

A professora do MGIMO imagina ainda outro cenário possível, caso os EUA coloquem mísseis de médio alcance na Ásia. Nesse caso, ela afirma ser muito provável um novo nível de cooperação na esfera da defesa antimíssseis entre a Rússia e a China.

"Aqui é provável a intensificação de ações conjuntas entre Rússia e China. No entanto, se não vermos medidas norte-americanas para que se entre em confrontação plena com a Rússia e a China, é pouco provável que Moscou e Pequim deem aquele passo a mais e formem uma aliança militar genuína, ou algum bloco militar rígido, que inclua obrigações de defesa", conclui.

Guerra cibernética

Esta semana, agências de inteligência dos EUA emitiram um alerta conjunto acusando a China de atividades cibernéticas maliciosas e apresentaram mais de 50 táticas usadas por hackers supostamente afiliados a Pequim.

Anna Kireeva afirma que a cibersegurança é uma área onde o confronto entre as duas potências vai continuar por muito tempo, seja pela falta de legislação nesse setor, seja pela atual situação da relação Washington-Pequim.

Trabalhador entra na fábrica de frigoríficos da JBS em Greeley, Colorado, EUA. Um ataque de ransomware de fim de semana na maior empresa de carne do mundo está interrompendo a produção em todo o mundo, semanas após um incidente semelhante encerrar um Oleoduto dos EUA. Foto de arquivo
© AP PHOTO / DAVID ZALUBOWSKI
Trabalhador entra na fábrica de frigoríficos da JBS em Greeley, Colorado, EUA. Um ataque de ransomware de fim de semana na maior empresa de carne do mundo está interrompendo a produção em todo o mundo, semanas após um incidente semelhante encerrar um Oleoduto dos EUA. Foto de arquivo
"A dificuldade da situação atual é que não há mecanismos de regulamento dessa esfera ao nível global e ao nível bilateral entre a China e os EUA. Além disso, a dificuldade vem desde o governo Trump, quando foram quebrados muitos dos canais de comunicação [entre os dois países]", comenta.

A especialista recorda que atualmente há pouca troca científica entre Washington e Pequim. Muitos vistos para pesquisadores chineses foram negados e poucas empresas chinesas seguem no Vale do Silício.

"A pandemia intensificou ainda mais todos esses processos e isso em geral levou à situação em que os países preferem os canais de comunicação que tinham antigamente e isso faz com que a cooperação na ciberesfera seja ainda mais perigosa no futuro, porque é pouco provável que esses canais serão restaurados", alerta.

As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik


CEO do WhatsApp diz que governos de aliados dos EUA foram espionados pelo Pegasus ainda em 2019

 


Após na semana passada vir à tona uma lista com mais de 50 mil pessoas que haviam sido espionadas pelo spyware, incluindo jornalistas, ex-chefes de Estados e atuais, ativistas, entre outros, novas informações a cerca do uso do programa estão aparecendo.

Segundo o CEO do Whastpp, Will Cathcart, funcionários de governos de países que são aliados dos EUA foram alvos do spyware do NSO Group em um ataque de 2019 contra 1.400 usuários do WhatsApp.

Cathcart disse que os indivíduos incluem aqueles que ocupam cargos de alta segurança nacional em seus países. Ao mesmo tempo, o spyware afetou pessoas comuns, como jornalistas ou ativistas de direitos humanos, pessoas que Cathcart caracterizou como "não tendo que estar sob vigilância de forma alguma".

O CEO disse que viu paralelos entre o ataque contra usuários do WhatsApp em 2019 – que agora é objeto de uma ação judicial movida pelo aplicativo de mensagem contra a NSO – e relatos sobre um vazamento massivo de dados que estão no centro do projeto Pegasus.

"A reportagem coincide com o que vimos no ataque que derrotamos há dois anos, é muito consistente com o que falamos na época [...] Isso nos mostra que ao longo de um período de vários anos, o número de pessoas sendo atacadas é muito alto. É por isso que sentimos que era tão importante levantar a preocupação em torno disso", disse o CEO citado pelo The Guardian.

Na semana passada, 17 veículos de comunicação publicaram os resultados de uma investigação global que revelou que o spyware desenvolvido pela empresa israelense NSO Group, o Pegasus, foi comprado e usado por governos para combater o terrorismo e o crime, mas também foi aplicado para atacar centenas de pessoas em todo o mundo, incluindo diplomatas, jornalistas, ativistas de direitos humanos, membros da realeza e ex-chefes de Estado e atuais, conforme noticiado.

López Obrador fala durante entrevista coletiva sobre ser alvo de espionagem de administração anterior após compra do software Pegasus do NSO Group, com sede em Israel, no Palácio Nacional na Cidade do México, México, em 20 de julho de 2021
© REUTERS / MEXICO'S PRESIDENCY
López Obrador fala durante entrevista coletiva sobre ser alvo de espionagem de administração anterior após compra do software Pegasus do NSO Group, com sede em Israel, no Palácio Nacional na Cidade do México, México, em 20 de julho de 2021

Entre os indivíduos cujos telefones foram supostamente afetados estão o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente mexicano López Obrador, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, entre vários outros.

O CEO do WhatsApp também pediu à comunidade internacional que introduza leis que responsabilizem tanto os desenvolvedores de spyware quanto aqueles que os usam ilegalmente.

"Se isso está afetando jornalistas em todo o mundo, está afetando os defensores dos direitos humanos em todo o mundo, isso afeta a todos nós. E se o telefone de alguém não estiver protegido, isso significa que os telefones de todos não estão seguros", disse Cathcart.

spyware Pegasus pode ser instalado no telefone via SMS ou aplicativos de mensagens, com a maioria das versões do iOS ou Android sendo declaradamente vulnerável a ele. O perpetrador basicamente obtém acesso a todas as informações do telefone, desde fotos, vídeos e conversas até a localização da pessoa, contatos e câmera e microfone.

Menina morre da peste no Colorado e estado norte-americano está em alerta por propagação da doença

 


As autoridades sanitárias do Colorado confirmaram a morte de uma menina de 10 anos por peste e anunciaram que testes laboratoriais detectaram a presença da bactéria em amostras obtidas de pulgas.

Seis condados do estado norte-americano do Colorado estão em alerta por causa da propagação da peste, uma infecção que é transmitida principalmente por picada de pulgas infeсtadas que vivem em roedores. A doença já tirou a vida de uma menina de 10 anos, que morreu em 5 de julho na cidade de Durango, apesar de ter recebido tratamento.

Nesta sexta-feira (24), o Departamento da Saúde Pública e Meio Ambiente do Colorado publicou um comunicado, confirmando a causa da morte da menina. O departamento apelou aos cidadãos para terem cuidado após relatos de casos de peste em animais em seis condados. A morte da menina é o primeiro caso letal registrado desde 2015 no Colorado.

A peste é causada pela bactéria Yersinia Pestis e pode transmitir-se aos humanos pela picada de pulgas infectadas ou por contato direto com os animais infectados. Frequentemente, a doença é detectada nos chamados cães-da-pradaria, esquilos e outros roedores. Por isso, as autoridades aconselharam ficar longe desses animais e tomar medidas preventivas.

Entre as medidas recomendadas, as autoridades sanitárias priorizaram não matar os cães-da-pradaria, porque sua morte "obrigaria os parasitas a procurar novos hóspedes", sejam animais de estimação ou humanos.

No Colorado, entre 2015 e 2020, foram registrados 22 casos de peste, quase metade dos quais no condado de La Plata, o mesmo onde faleceu a menina neste mês. Na lista dos condados afetados também estão San Miguel, El Paso, Boulder, Huerfano e Adams.

Descoberta nova causa de forma grave de COVID-19

 


Cientistas nos EUA descobriram nova maneira de prever a gravidade da infecção pelo coronavírus a partir de amostras da nasofaringe.

Para a realização do estudo, foram coletadas secreções da nasofaringe de 58 pacientes entre abril e setembro de 2020, no Centro Médico da Universidade do Mississipi (UMMC, na sigla em inglês), dos quais 35 estavam infectados com o SARS-CoV-2. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Cell.

Utilizando as normas de classificação de severidade da COVID-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS), os cientistas dividiram os pacientes em grupos com base no nível máximo de suporte respiratório necessário.

De todas as amostras de COVID-19 e amostras-controle, os especialistas coletaram 32.871 genes entre 32.588 células, anotando 18 conjuntos correspondentes a diferentes tipos de identidade imune e epitelial.

Os autores do estudo descobriram que as células epiteliais do nariz e da garganta sofrem grandes alterações quando infectadas pelo SARS-CoV-2. Por exemplo, em pacientes com gravidade leve e moderada da COVID-19, os genes responsáveis pela resposta antiviral, especialmente aqueles estimulados pelo interferon tipo I, foram ativados nessas células.

Em pessoas com doença grave, a resposta antiviral foi reduzida por causa da fraca reação das células ao interferon. Nesses casos, suas secreções mostraram um excesso de macrófagos e outras células imunes, que reforçam as respostas inflamatórias. De acordo com um dos pesquisadores, José Ordovas-Montañez, uma resposta enfraquecida ao interferon, que ajuda a regular a atividade do sistema imune, torna as pessoas mais suscetíveis tanto aos coronavírus quanto a outras infecções.

Deste modo, os cientistas procuram agora entender as causas desta reação, bem como perceber se o problema poderá ser combatido por sprays ou gotas nasais.

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