Total de visualizações de página

Leitores online

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Impunidade! Quatro anos após escândalo dos respiradores, investigações lançam sombra sobre a Casa Civil de Lula


 


Quatro anos se passaram desde as revelações que o Blog do Dina fez e que sacudiram o Consórcio Nordeste durante a pandemia, e o caso dos respiradores que nunca chegaram ainda ressoa, agora mais forte, com implicações diretas no cenário político atual. O envolvimento do então governador da Bahia e atual Ministro da Casa Civil, Rui Costa, na compra malfadada de quase R$ 50 milhões em respiradores, é uma trama que só ganha mais capítulos.

Em 2020, as reportagens que cobriam a crise sanitária desvendaram um escândalo: o dinheiro desembolsado pelo Consórcio Nordeste para equipamentos essenciais de saúde evaporou, e os aparelhos nunca foram entregues. Hoje, Rui Costa se encontra delatado em investigação da Polícia Federal, com evidências que já haviam sido antecipadas pelas reportagens que fiz na época.

“Por que as investigações demoram tanto a avançar? Quais mecanismos permitem que figuras poderosas operem com tal impunidade?”

A narrativa que se desenrola agora lança um olhar crítico sobre o ritmo lento das investigações e sugere a influência quase invisível do poder que retarda a justiça. Este artigo não é apenas um resumo dos eventos, mas também um questionamento incisivo sobre as estruturas de poder e burocracia que, por vezes, parecem blindar figuras influentes de responsabilidade rápida e transparente.

O valor desviado, próximo dos R$ 50 milhões, permanece em sua maioria perdido para os cofres públicos, apesar das afirmações de uma das delatoras que admitiu ter pago R$ 12 milhões em comissões suspeitas de serem propinas. A suspeita de corrupção e a consequente perda de recursos essenciais para a saúde pública compõem o sombrio pano de fundo desta história.

Este caso se destaca como um exemplo clássico do embate entre o sistema judiciário e os poderosos. As perguntas que persistem são: Por que as investigações demoram tanto a avançar? Quais mecanismos permitem que figuras poderosas operem com tal impunidade? E mais importante, o que pode ser feito para assegurar que a justiça não apenas seja feita, mas seja vista sendo feita?

A história dos respiradores não entregues é mais do que um episódio de má gestão ou de falha na fiscalização; é um símbolo de um desafio maior que enfrentamos: a luta por responsabilização, transparência e justiça em um sistema que é muitas vezes percebido como lento e ineficaz. À medida que os detalhes desse caso continuam a emergir, a atenção do público e a pressão por respostas e soluções só aumentam.


As mais vistas

Bahia: Respiradores fantasmas: Câmara deve convocar Rui Costa

 

PF avança nas investigações sobre escandalosa compra de respiradores (R$48 milhões), autorizada por Rui Costa, que nunca foram entregues

Ministro é suspeito de pressionar a PF contra inquérito em que é alvo

O deputado Sanderson (PL-RS) protocolou na Comissão de Segurança Pública requerimento de convocação do ministro Rui Costa (Casa Civil) para falar sobre suposta interferência na direção-geral da Polícia Federal, que investiga o escândalo dos respiradores fantasmas.

“Considerando a gravidade dos fatos noticiados na imprensa, que remetem a uma direta intervenção de um Ministro de Estado em um inquérito policial que apura práticas delituosas durante sua gestão no Governo do Estado da Bahia, bem como a competência desta Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado de receber, avaliar e investigar denúncias que afetem a segurança pública”, diz trecho do requerimento de convocação.

O ofício se refere a suposta manifestação de descontentamento do ministro com Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, que não estaria interferindo contra o avanço do inquérito que pode implicar Rui Costa. 

A oposição tem maioria na Comissão de Segurança da Câmara, que é presdida pelo deputado Alberto Fraga (PL-DF).

Os respiradores foram comprados no auge da pandemia de covid-19 em um processo repleto de irregularidades. A empresa contratada, que vendia produtos a base de maconha, sequer tinha autorização para comercializar equipamentos hospitalares e muito menos expertise neste tipo de negociação.

A Hempcare, empresa que assinou o contrato com o Consórcio Nordeste, apesar do pujante contrato, tinha capital social de R$100 mil e apenas dois funcionários registrados. A empresa recebeu R$48 milhões e nunca entregou um único equipamento. O pagamento foi autorizado pelo petista Rui Costa, então governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste.

Em delação homologada no Superior Tribunal de Justiça, a dona da empresa relatou que a negociação foi intermediada por homens que se identificavam como amigos e emissários de Rui Costa e de Aline Peixoto, esposa do petista.


“Achei que as tratativas para celebrar o contrato com o Consórcio Nordeste fizeram de forma muito rápida, mas entendi que eu estava sendo beneficiado porque havia um combinado de pagar comissões expressivas aos intermediários do governo”, diz trecho da delação de Cristiana Taddeo, dona da Hempcare.


À época da revelação da delação, Rui Costa negou as irregularidades. Diz que determinou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia abrisse investigação e os autores do desvio acabaram presos. Sobre o pagamento dos equipamentos antes do recebimento, o petista disse que “no mundo inteiro [as compras] foram feitas com pagamentos antecipado”.


Minha lista de blogs