O sistema auxiliado de pontaria e letalidade avançado ATLAS (Advanced Targeting and Lethality Aided System, em inglês) é baseado em sensores modernos e algoritmos de aprendizado de máquina, automatizando a detecção de alvos e destruição deles.
A tecnologia ATLAS foi desenvolvida pelo Centro de Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Cibernética, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (C5ISR Center, na sigla em inglês) do Comando de Desenvolvimento de Capacidades de Combate do Exército dos EUA.
"A assistência que estamos fornecendo aos soldados acelerará o tempo de engajamento [e] lhes permitirá atacar múltiplos alvos no mesmo tempo que eles hoje precisam para destruir um só alvo", explicou aos jornalistas o chefe do projeto Dawne Deaver.
Automatização não substituirá completamente o ser humano, mas facilitará a vida dele. A decisão de atacar o alvo será tomada pelo comandante, tal como antes, comentou Deaver.
Detectar os alvos
Os militares demostraram o sistema em ação no campo de provas de Aberdeen, no estado de Maryland. O sistema foi instalado no tanque leve experimental Griffin I, armado com canhão automático de 50 milímetros.
Tanque Griffin da empresa de defesa dos EUA General Dynamics
Ao ligar o sistema, os sensores infravermelhos e optoeletrônicos, localizados na torre de tiro do tanque de guerra, começam a girar, sondando a área. Os dados chegam ao processador central. Usando os algoritmos de aprendizado de máquina, os alvos são detectados automaticamente, são identificados seus tipos, velocidades e distâncias.
A informação visual é transmitida à tela de toque do comandante do carro de combate em tempo real. Ele apenas tem de tocar na imagem com o tanque inimigo e o resto será feito pela inteligência artificial.
O sistema ATLAS vira a torre de tiro, aponta o canhão, determina a distância, calcula os parâmetros de balística e propõe o tipo de munição e regime de fogo mais convenientes.
De acordo com os militares dos EUA, ATLAS reduzirá em três vezes o tempo desde o momento de detecção do alvo até o momento de destruição completa dele. O sistema ainda está em desenvolvimento, segundo o Pentágono. Cerca de 40 tripulações estão experimentando a tecnologia ATLAS.
Rede única
A característica principal do sistema é a inteligência artificial. A aplicação da inteligência artificial nos equipamentos terrestres, marítimos e aéreos é base do conceito norte-americano da "guerra em mosaico", com automatização máxima das operações de combate e uso massivo de sistemas não tripulados em conexão com os humanos.
O Exército dos Estados Unidos experimentou esta estratégia em setembro no treinamento chamado Projeto Convergência, no campo de provas no deserto de Yuma. Os militares tentaram juntar todas as forças e tecnologias em uma rede única em que os soldados recebiam a inteligência em tempo real e sem intermediários enviavam aviação e armas de precisão contra os alvos.
A iniciativa ATLAS do Exército dos EUA modernizará um elemento do carro de combate que permaneceu praticamente inalterado nas últimas décadas: o processo de detectar o alvo, apontar e disparar.
A Rússia também desenvolve sistemas deste tipo para usar inteligência artificial.
"Projetos deste tipo também são desenvolvidos na Rússia. Trata-se principalmente de sistemas de controle de tropas. Inteligência artificial é uma área muito promissora", explicou em entrevista à Sputnik o analista militar Mikhail Khodarenok.
Globalmente, a inteligência artificial pode revolucionar a área militar de modo comparável à invenção da pólvora, comentou Khodarenok.
Derrotar os tanques russos Armata
De acordo com os desenvolvedores, os tanques norte-americanos Abrams com o sistema ATLAS seriam capazes de se opor aos tanques russos T-14 Armata. Esta declaração pode ser contestada. Os mais novos carros de combate russos são superiores aos dos EUA em uma geração e possuem uma proteção elevada contra munições perfurantes subcalibre padronizadas do Exército dos EUA.
Os tanques T-14 são capazes de incapacitar todo o tipo de material blindado pesado dos países da OTAN através da blindagem frontal. O sistema eletrônico permite detectar os alvos a distâncias nas quais os tanques do provável inimigo não os podem atingir.
Os tanques T-14 possuem radar com antena de matriz ativa faseada, capaz de detectar dezenas de alvos terrestres e aéreos e transmitir informação ao computador de bordo, que escolhe automaticamente os meios de ataque.
© SPUTNIK / MIKHAIL VOSKRESENSKY / FOTO HOST AGENCY
Tanques T-14 Armata e T-90M Proryv passando pela Praça Vermelha na Parada da Vitória, Moscou, 24 de junho de 2020
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