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terça-feira, 14 de abril de 2020

Por que pessoas jovens e saudáveis também podem ser vulneráveis ao coronavírus?



Segundo explica um especialista em epidemiologia sérvio, o forte sistema imunológico das pessoas jovens e saudáveis pode por vezes se virar contra elas.

As causas das mortes de pessoas que não estavam nos grupos de risco e não tinham histórico de doença crônica são devido a uma resposta inadequada do sistema imunológico à COVID-19, explica o epidemiologista Zoran Radovanovic à Sputnik Sérvia.
Como em outras doenças virais, o coronavírus pode ter consequências fatais para qualquer pessoa, mesmo para aquelas que são jovens e têm hábitos de vida saudáveis. No entanto, esta probabilidade é baixa e não ocorre com frequência.
"Às vezes acontece que o sistema imunológico exagera. Em 1918, durante a epidemia da gripe espanhola, morreram maciçamente pessoas pela mesma razão, inclusive muitos jovens", diz o especialista sérvio.
"Na situação atual da COVID-19, enquanto as pessoas mais velhas estão em risco porque seu sistema imunológico está enfraquecido, [por vezes] o sistema imunológico de pessoas jovens e saudáveis simplesmente não responde adequadamente", explicou Radonvanovic.
Segundo o especialista, as células que fazem parte do sistema imunológico em algumas pessoas acumulam e expelem em maior quantidade citosinas, proteínas que regulam o funcionamento celular, tornando a parede protetora dos alvéolos pulmonares mais permeável. Assim, é acumulado fluido nos pulmões, que faz com que a pessoa simplesmente possa se engasgar com ele.
Esta reação imune exagerada é chamada de "tempestade de citosina" causada pela acumulação de leucócitos, que causa danos ao corpo, pois o sistema imunológico reage muito rapidamente.

Como tratar pacientes com bom sistema imunológico?

O epidemiologista afirma que os jovens que não têm doenças crônicas devem ser internados no hospital e acompanhados de perto.
"Nós não temos uma cura. Como em todas as partes do mundo, os pacientes são medicados quando sua condição se agrava. Esperamos e reagimos quando necessário com o chamado tratamento sintomático".
"Os medicamentos são selecionados de acordo com os sintomas que se desenvolvem: se um paciente tem dor de cabeça, é prescrito um medicamento para dor de cabeça, se a febre aumenta, tentamos regulá-la. Mas pessoalmente acho melhor não baixar a febre, mesmo que a pessoa se sinta mal com isso", disse Radovanovic.
Além disso, recomenda que na luta contra o coronavírus não sejam utilizados antibióticos, como é o caso das doenças causadas por infecções bacterianas.
Segundo Radovanovic, atualmente estão sendo realizados experimentos para combater a COVID-19 com medicamentos antivirais como a HIV e hepatite C, assim como medicamentos contra a malária, que não é causada por um vírus ou bactéria, mas por um parasita.

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