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sábado, 13 de novembro de 2021

COP26: Patético! Ministro do Meio Ambiente defende mineração e se nega a assumir por erros por alta de desmatamento

 

Na cúpula do clima, Leite se recusou a responder se governo vai retirar apoio a projetos no Congresso que ampliariam desmatamento, nem reconheceu erros na política ambiental que levaram à piora em todos os índices ambientais — Foto: Robert Perry/EPA/Via BBC

Em entrevista à BBC News Brasil, Leite se recusou a responder se governo vai retirar apoio a projetos no Congresso que ampliariam desmatamento e não reconheceu erros na política ambiental que levaram à piora em todos os índices ambientais durante o governo Bolsonaro. Por BBC


Nas COP26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, os negociadores brasileiros do Itamaraty tentaram passar ao mundo a imagem de que a política ambiental do Brasil mudou neste ano, principalmente após a saída, em junho, do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Para reforçar a ideia de um novo comprometimento na proteção da Amazônia, o Brasil assinou, durante a cúpula, um acordo sobre florestas que prevê zerar o desmatamento até 20230 e um compromisso de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030.

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Mas em entrevista à BBC News Brasil neste sábado (13), em Glasgow, na Escócia, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, não admitiu erros da política ambiental do governo, ao ser perguntado sobre a alta do desmatamento durante o governo Bolsonaro e se as promessas feitas na COP26 sinalizam um reconhecimento de equívocos e uma vontade de mudar a estratégia.


Ele ainda defendeu o que chamou de "mineração sustentável" como um dos caminhos para o controle das mudanças climáticas e se recusou a responder se o governo Bolsonaro vai retirar apoio projetos de lei no Congresso Nacional que integram o chamado "combo do desmatamento".


Leite chegou a Glasgow na segunda (8) para participar das negociações da COP26, que reuniu 200 países na tentativa de chegar a um acordo para garantir a meta de limitar a 1,5ºC o aquecimento da Terra até 2100.

Setores econômicos e grandes exportadores brasileiros passaram a pressionar o governo por medidas capazes de melhora a imagem internacional do Brasil. A cada vez mais frequente associação de produtos do agronegócio brasileiro ao desmatamento já estaria prejudicando negócios. Por sua vez, o Itamaraty atuou para convencer o governo de que uma guinada na visão ambiental seria necessária para viabilizar parcerias econômicas internacionais, como o acordo de comércio entre Mercosul e União Europeia.


Mas, ao ser perguntado pela BBC News Brasil se o governo reconhece erros na política ambiental e se pretende mudar essa política, Leite se limitou a responder que o "desmatamento é um desafio" e que "todos os países têm desafios" na área do meio ambiente.


"O que Brasil fez foi fazer movimentos claros na direção dessa conferência do clima que fala de emissões. O que nós fizemos? Aumentamos a nossa ambição, antecipamos a nossa meta de zerar desmatamento ilegal até 2028 e aderimos ao acordo do metano", disse, sem falar em erros ou mudanças na visão do governo na área do meio ambiente.


"O Brasil é um protagonista desse tema e tem um desafio, como todos os países tem um desafio ambiental. O nosso desafio é, sim, eliminar o desmatamento e o crime ambiental, especialmente na Amazônia."


Dados enfraquecem discurso e 'combo do desmatamento' continua de pé

Mas nesta sexta (12), dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) mostraram que a destruição da floresta continua acelerada. Houve alertas de desmatamento em 877 km² de florestas na Amazônia, 5% a mais que em 2019 e um recorde da série histórica iniciada em 2016 para o mês de outubro.


Questionado pela BBC News Brasil se esses dados não vão na contramão das promessas feitas pelo governo brasileiro na COP26, Leite repetiu o que disse sobre o desmatamento ser um "desafio": "Nós temos um desafio ainda, que é o crime ambiental. É um desafio que está sendo endereçado junto ao Ministério da Justiça. Aqui na conferência cada país tem o seu desafio ambiental e o Brasil vai superar esse desafio ambiental junto à Força Nacional e a Polícia Federal".


ONGs internacionais e representantes de delegações estrangeiras receberam com desconfiança compromissos assumidos pelo Brasil na COP26, diante da piora em todos os indicadores ambientais nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro.


O país apresentou um documento na cúpula do clima no qual se compromete a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030.


Mas integrantes de outras delegações, como os Estados Unidos, pedem "ações concretas" que comprovem a intenção de cumprir com essas metas.

Além de o desmatamento na Amazônia continuar acelerado, uma série de projetos de lei que pretendem legalizar o que hoje seria desmatamento ilegal contam com o apoio do governo e avançam no Congresso Nacional.


Uma das propostas é o PL 191/20, de autoria do governo Bolsonaro, que autoriza mineração em terras indígenas; uma outra é o PL 510/21, que regulariza invasões ilegais de terras ocorridas até 2011; e o PL 490/2007, do chamado "Marco Temporal", só permite demarcação de terras ocupadas por povos indígenas até 1988.

Questionado pela BBC News Brasil se o governo retiraria apoio a esses três projetos para cumprir os compromissos de redução do desmatamento que assumiu na COP26, Leite ignorou a pergunta e começou a falar sobre economia verde.



"O governo vai atuar para incentivar uma nova economia verde. Mineração, quando bem feita, pode proteger florestas. Você pega vários exemplos de mineração sustentável em que não existe desmatamento ilegal. Tem projetos de mineração que protegem floresta", disse.


Mineração como projeto 'sustentável'

A BBC News Brasil insistiu mais duas vezes na pergunta sobre esses três projetos de lei. Mas Leite continuou a discorrer sobre os benefícios da mineração, uma das atividades que mais degradam o meio ambiente, mesmo quando exercidas legalmente.


O desastre ambiental de Mariana (MG), que poluiu o Rio Doce com rejeitos, e o desastre humano de Brumadinho (MG), que matou mais de 250 pessoas, ocorreram em atividades de mineração de grandes empresas nacionais e internacionais.


"O senhor está dizendo que mantém apoio ao projeto que libera mineração em terra indígena?", perguntou a BBC News Brasil.


"Não estou falando isso, estou falando que mineração quando bem feita consegue usar racionalmente recursos naturais e proteger floresta nativa. O Brasil lançou as bases de um programa de crescimento verde para gerar emprego verde. Qual o desafio? Ter uma mineração verde, que seja sustentável, que proteja floresta", respondeu, sem confirmar se apoia ou não o projeto que libera mineração em terras indígenas.


Cobrança de dinheiro de países ricos

Durante as negociações da COP26, o Brasil cobrou que nações ricas ampliassem o valor de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 545 bilhões) que prometeram repassar em financiamento anual a países em desenvolvimento entre 2020 e 2025.


Até agora, nações desenvolvidas não cumpriram o valor de US$ 100 bilhões e o rascunho do documento final não inclui uma nova cifra nem especifica a quantia que deverá ser dada em financiamento de ações climáticas em países mais pobres a partir de 2025.


Na entrevista à BBC News Brasil, Leite acusou países ricos de "não terem se preparado" para a COP26. Segundo ele, nações em desenvolvimento saem "frustradas" com a falta de dinheiro na mesa.



"Infelizmente, os países desenvolvidos não vieram preparados para essa COP. É frustrante ver o movimento real dos países desenvolvidos. Que eles tivessem se preparado para essa COP de forma clara, que eles já tivessem reservados em seus orçamentos recursos relevantes para fazer uma transição justa", criticou. "Em relação a financiamento, todos aqui da COP saem frustrados que não tenhamos chegado a um valor maior que os US$ 100 bi. Os US$ 100 bi já não são suficientes para uma transição justa."


De fato, nações ricas não cumpriram com os US$ 100 bilhões que prometeram pagar anualmente, em financiamento climático, entre 2020 e 2025. E países pobres e mais vulneráveis às mudanças climáticas precisam dos recursos.


Mas, segundo ambientalistas, o Brasil não está em boa posição para requisitar financiamento, diante dos recordes em taxas de desmatamento.


"O que o Brasil mostra aqui realmente é descompassado com o que acontece domesticamente em casa", disse à BBC News Brasil Fernanda Carvalho gerente de Política Global e Clima da WWF (World Wide Fund for Nature), uma das maiores ONGs ambientais do mundo.


"Para convencer, o governo precisa reverter a tendência de desmatamento, retomar o plano de combate ao desmatamento, prometer desmatamento zero, não só o fim do desmatamento ilegal e reabilitar o Fundo Amazônia", listou.



sábado, 11 de setembro de 2021

Clima e Meio Ambiente: FOTOS de satélites revelam maior redução de caudal do Paraná na Argentina em 77 anos

 


O rio Paraná na Argentina tem sido fortemente afetado pela grave seca desde ao menos 2019, indicam fotos publicadas pela Comissão Nacional Argentina de Atividades Espaciais.

O rio Paraná, o segundo maior na América do Sul, está sofrendo grande diminuição de caudal em sete das províncias por onde passa na Argentina, advertiu na quarta-feira (8) a Comissão Nacional Argentina de Atividades Espaciais (CONAE, na sigla em espanhol).

Grupo de satélites SAOCOM da Comissão Nacional Argentina de Atividades Espaciais registra redução drástica no nível de água do rio Paraná
Grupo de satélites SAOCOM da Comissão Nacional Argentina de Atividades Espaciais registra redução drástica no nível de água do rio Paraná

"O rio Paraná está sofrendo um evento de águas extraordinariamente baixas, devido a uma intensa e prolongada seca em sua bacia superior, no Brasil. Desde 1944 que não se observava tal situação, o que tem tido um enorme impacto nos múltiplos usos do rio", notou o hidrologista Marcelo Uriburu Quirno.

Satélites SAOCOM 1A e SAOCOM 1B da Argentina registram redução drástica no nível de água do rio Paraná
Satélites SAOCOM 1A e SAOCOM 1B da Argentina registram redução drástica no nível de água do rio Paraná

Para chegar a essa conclusão, a CONAE comparou as imagens tiradas pelo satélite SAOCOM 1A em 2019 com aquelas fornecidas pelo SAOCOM 1B em 2021. O declínio da água é visível nas áreas de cor marrom.

"Os satélites SAOCOM 1A e 1B foram projetados para fornecer dados sobre os níveis de água nos solos e o estado das bacias hidrográficas; são muito sensíveis às mudanças nas massas de água e fornecem dados de altíssima qualidade, o que nos permite, entre outras coisas, identificar bancos de areia que estão expostos, ilhas mais expostas e a forma como a umidade e os cursos d'água estão secando", disse Sandra Torrusio, gerente de Ligação Tecnológica do CONAE.

"Diante de emergências como esta, que tem sete províncias no limite, o trabalho coordenado pelo chefe de Gabinete entre os governos nacional, provincial e municipal é muito importante, junto com as agências de ciência e tecnologia e os encarregados de responder à situação através do Sistema Nacional de Gestão Integrada de Riscos [SINAGIR, na sigla em espanhol]", continuou, citada na sexta-feira (10) pela agência argentina Télam.

Formação de ilhas no meio do rio Paraná na Argentina, provocada pela seca na bacia superior, no Brasil
Formação de ilhas no meio do rio Paraná na Argentina, provocada pela seca na bacia superior, no Brasil

Segundo ela, a situação no Paraná está sendo monitorizada pela Unidade de Emergência e Alerta Precoce da CONAE desde ao menos 2020.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Meio Ambiente: Workshop debate as nascentes do Itapicuru e conservação das Serras de Jacobina nesta sexta (18) às 14h

 


Meio Ambiente: Workshop debate as nascentes do Itapicuru como estratégia de conservação das Serras de Jacobina nesta sexta (18) às 14h



Representado o Fórum Mais Água e Associação dos Irrigantes do Rio Itapicuru, o empresário pontonovense, Artur Paiva participa nesta sexta-feira (18), às 14h no canal do Youtube do GEMA UNIVASF, da 3ª Semana do Meio Ambiente, com o tema: Área de Proteção Ambiental (APA) nascentes do Itapicuru como estratégia de conservação das Serras de Jacobina.


O evento contará com:


Richard Silva – Administrador, Esp. Em Péricia e Auditória Ambiental e Téc. em Meio Ambiente;


Gustavo Negreiros – Prof. UNIVASF, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru;


Caique Rodrigues – Agroecologia, Presidente da COFASPI, Téc. de Campo no Projeto ATER Agroecologia. 


As inscrições podem ser feitas pelo link: https://www.sistemas.univasf.edu.br/sge/inscricao/


Da redação: Web Interativa


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segunda-feira, 25 de maio de 2020

Bolsonaro terá de responder na ONU por declaração de Salles de aproveitar coronavírus para destruir meio ambiente

Ricardo Salles e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR

“O Brasil poderia ter salvo dezenas de milhares de vidas", disse Baskut Tuncak, relator especial das Nações Unidas, que apresentará avaliação negativa do governo brasileiro no Comitê de Direitos Humanos


Fórum - O relator especial das Organizações das Nações Unidas sobre as Implicações para os Direitos Humanos da Gestão e Disposição Ambientalmente Adequada de Resíduos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, declarou que o governo Jair Bolsonaro não tem o direito de usar a covid-19 como uma cortina de fumaça para ampliar o desmatamento.
“O governo não deve usar a covid-19 como cortina de fumaça para minar ainda mais a proteção do meio ambiente, da saúde pública e dos trabalhadores”, disse o relator da ONU, em entrevista exclusiva a Jamil Chade, publicada nesta segunda-feira (25).
A avaliação Tuncak considera a fala do ministro da Meio Ambiente, Ricardo Salles, que sugeriu “passar a boiada” enquanto a imprensa está distraída com o coronavírus. A intenção de enfraquecer regulações para facilitar a exploração do ambiente no Brasil repercutiu no exterior, depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.
Leia a íntegra na Fórum.

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domingo, 24 de maio de 2020

Encontro de artistas pela Amazônia reúne Wagner Moura, Jane Fonda e Morgan Freeman



Encontro de artistas e celebridades em defesa da Amazônia irá reunir Wagner Moura, Sônia Guajajara, Oona Chaplin (Game of Thrones), Jane Fonda, Morgan Freeman, Alfre Woodard, Matthew Modine e Q'orianka Kilcher. O evento ocorre no próximo dia 28, a partir das 21 horas (no horário de Brasília) e se chama “Artists United for Amazonia: Protecting the Protectors” (Artistas Unidos pela Amazônia: Protegendo os Protetores).

A transmissão será feita pelo site e pelo Facebook da campanha e vai arrecadar doações para o Fundo de Emergência da Amazônia para iniciativas que procuram ajudar os moradores da região durante a pandemia do novo coronavírus.
A música do evento ficará por conta de artistas como Herbie Hancock, Kali Uchis, Ivan Lins e Luciana Souza.

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