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domingo, 17 de abril de 2022

Telescópios MAGIC detectam raios gama de nova que explode emitindo energia cósmica a cada 14 anos

 


Astrônomos usando os telescópios MAGIC (Major Atmospheric Gamma Imaging Cherenkov) detectaram raios gama da explosão de RS Ophiuchi em 2021, uma nova recorrente produzida por uma anã branca e uma gigante vermelha companheira em um sistema binário.

"Os locais de nascimento de uma nova são sistemas em que duas estrelas muito diferentes vivem em uma relação parasitária: uma anã branca [uma estrela pequena, queimada e tremendamente densa] orbita uma gigante vermelha [uma estrela que em breve vai queimar]", disse o astrofísico do Instituto Max Planck de Física David Green.

De acordo com o pesquisador e seus colegas, "a estrela gigante alimenta a anã branca com matéria derramando de sua camada externa de hidrogênio à medida que o gás flui para a anã branca próxima."
Na medida em que a matéria continuar fluindo a anã branca superaquece e a temperatura e pressão estelares recém-adquiridas se tornam enormes, dando forma a uma explosão termonuclear. O curioso, revelam os pesquisadores, é que a estrela anã permanece intacta, então "o espetáculo se repete".
De acordo com a Sci-News, a RS Ophiuchi foi observada pela primeira vez em 1898 a cerca de 5.000 anos-luz de distância da constelação Ophiuchus. O sistema é uma nova simbiótica recorrente de tempo médio de 14,7 anos entre suas maiores explosões, tendo sido a sua última explosão mais recente em agosto de 2021 captada pelo Large Area Telescope a bordo do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama da NASA.
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Como a emissão óptica apresentou comportamento semelhante ao da explosão de 2006, o dr. Green e coautores usaram dois telescópios MAGIC para observar RS Ophiuchi.

"Após a explosão, várias frentes de choque se propagaram através do vento estelar da gigante vermelha e do meio interestelar ao redor do sistema binário. Essas ondas de choque funcionam como uma usina gigantesca na qual as partículas são aceleradas para perto da velocidade da luz", afirmou o astrofísico.

Segundo o novo estudo, as medições combinadas sugerem que os raios gama emanam de prótons energéticos, núcleos de átomos de hidrogênio, o que torna as explosões de novas uma fonte de raios cósmicos.
"Para entender completamente a complicada interação de eventos violentos com o meio interestelar na Via Láctea, serão necessárias mais observações como as relatadas agora", declarou Green, afirmando que MAGIC vai continuar a ser uma peça fundamental na busca por mais objetos como este.

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