Astrônomos usando os telescópios MAGIC (Major Atmospheric Gamma Imaging Cherenkov) detectaram raios gama da explosão de RS Ophiuchi em 2021, uma nova recorrente produzida por uma anã branca e uma gigante vermelha companheira em um sistema binário.
"Os locais de nascimento de uma nova são sistemas em que duas estrelas muito diferentes vivem em uma relação parasitária: uma anã branca [uma estrela pequena, queimada e tremendamente densa] orbita uma gigante vermelha [uma estrela que em breve vai queimar]", disse o astrofísico do Instituto Max Planck de Física David Green.
De acordo com o pesquisador e seus colegas, "a estrela gigante alimenta a anã branca com matéria derramando de sua camada externa de hidrogênio à medida que o gás flui para a anã branca próxima."
Na medida em que a matéria continuar fluindo a anã branca superaquece e a temperatura e pressão estelares recém-adquiridas se tornam enormes, dando forma a uma explosão termonuclear. O curioso, revelam os pesquisadores, é que a estrela anã permanece intacta, então "o espetáculo se repete".
De acordo com a Sci-News, a RS Ophiuchi foi observada pela primeira vez em 1898 a cerca de 5.000 anos-luz de distância da constelação Ophiuchus. O sistema é uma nova simbiótica recorrente de tempo médio de 14,7 anos entre suas maiores explosões, tendo sido a sua última explosão mais recente em agosto de 2021 captada pelo Large Area Telescope a bordo do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama da NASA.
Como a emissão óptica apresentou comportamento semelhante ao da explosão de 2006, o dr. Green e coautores usaram dois telescópios MAGIC para observar RS Ophiuchi.
"Após a explosão, várias frentes de choque se propagaram através do vento estelar da gigante vermelha e do meio interestelar ao redor do sistema binário. Essas ondas de choque funcionam como uma usina gigantesca na qual as partículas são aceleradas para perto da velocidade da luz", afirmou o astrofísico.
Segundo o novo estudo, as medições combinadas sugerem que os raios gama emanam de prótons energéticos, núcleos de átomos de hidrogênio, o que torna as explosões de novas uma fonte de raios cósmicos.
"Para entender completamente a complicada interação de eventos violentos com o meio interestelar na Via Láctea, serão necessárias mais observações como as relatadas agora", declarou Green, afirmando que MAGIC vai continuar a ser uma peça fundamental na busca por mais objetos como este.
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