O rio Paraná na Argentina tem sido fortemente afetado pela grave seca desde ao menos 2019, indicam fotos publicadas pela Comissão Nacional Argentina de Atividades Espaciais.
O rio Paraná, o segundo maior na América do Sul, está sofrendo grande diminuição de caudal em sete das províncias por onde passa na Argentina, advertiu na quarta-feira (8) a Comissão Nacional Argentina de Atividades Espaciais (CONAE, na sigla em espanhol).
"O rio Paraná está sofrendo um evento de águas extraordinariamente baixas, devido a uma intensa e prolongada seca em sua bacia superior, no Brasil. Desde 1944 que não se observava tal situação, o que tem tido um enorme impacto nos múltiplos usos do rio", notou o hidrologista Marcelo Uriburu Quirno.
Para chegar a essa conclusão, a CONAE comparou as imagens tiradas pelo satélite SAOCOM 1A em 2019 com aquelas fornecidas pelo SAOCOM 1B em 2021. O declínio da água é visível nas áreas de cor marrom.
"Os satélites SAOCOM 1A e 1B foram projetados para fornecer dados sobre os níveis de água nos solos e o estado das bacias hidrográficas; são muito sensíveis às mudanças nas massas de água e fornecem dados de altíssima qualidade, o que nos permite, entre outras coisas, identificar bancos de areia que estão expostos, ilhas mais expostas e a forma como a umidade e os cursos d'água estão secando", disse Sandra Torrusio, gerente de Ligação Tecnológica do CONAE.
"Diante de emergências como esta, que tem sete províncias no limite, o trabalho coordenado pelo chefe de Gabinete entre os governos nacional, provincial e municipal é muito importante, junto com as agências de ciência e tecnologia e os encarregados de responder à situação através do Sistema Nacional de Gestão Integrada de Riscos [SINAGIR, na sigla em espanhol]", continuou, citada na sexta-feira (10) pela agência argentina Télam.
Segundo ela, a situação no Paraná está sendo monitorizada pela Unidade de Emergência e Alerta Precoce da CONAE desde ao menos 2020.
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