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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Uso militar e político e propagação de notícias falsas: os principais riscos e desafios ligados à IA

 


Apesar de ter se popularizado em todo o mundo só na última década, a expressão inteligência artificial (IA) surgiu ainda no fim dos anos 1950 e, na origem em latim, significa "inteligência que vem da arte". E há quase 75 anos já era iniciado o esboço do que viria a ser o primeiro chatbot (assistente virtual) do mundo, batizado de Elisa.

É o que contou Thomas Bellini Freitas, doutorando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho. "Mas essa ideia de uma criação artificial é muito mais antiga, vem de séculos. Heron de Alexandria [que viveu na Grécia Antiga] já fazia desenhos de autômatos", esclarece o especialista, que também é autor do livro "Inteligência Artificial e Responsabilidade Humana".
Setor que deve gerar até US$ 150 bilhões (R$ 731,7 bilhões) em investimentos até 2035, a inteligência artificial teoricamente não tem limites, segundo Thomas Bellini.
Porém o potencial do que pode proporcionar à sociedade só está no começo. "As utilizações ainda são extremamente simples. O ChatGPT [um dos chatbots mais populares] tem toda essa atenção midiática por ter uma linguagem generativa, mas ainda é fraco e não consegue dar conta de procedimentos de altíssima complexidade", pontua.

Quais são os 4 tipos de inteligência artificial?

A inteligência artificial é classificada em quatro segmentos: aprendizado de máquina, robótica inteligente, processamento de linguagem natural e visão computacional.
Conforme o especialista, é um sistema que busca simular uma decisão humana, mas não substituí-la. "Um avião não tenta ser igual a uma ave, o avião tenta ser um avião, assim como a IA não tenta ser um ser humano, por mais que em muitos casos a diferenciação vá ser quase impossível. É o caso de simulações de pessoas, criação de imagens", exemplifica.

Com avanços notáveis na fronteira da tecnologia, a IA já emerge como protagonista nas narrativas contemporâneas. Desvendando novas possibilidades e desafios, essa revolução digital redefine os limites do possível, moldando o futuro com algoritmos e inovações que permeiam todos os aspectos da vida moderna.

O box acima poderia muito bem ser uma explicação do próprio especialista ou um parágrafo desta reportagem, mas foi criado, a título de exemplo, a partir de uma das tantas ferramentas de inteligência artificial de acesso gratuito.
Thomas Bellini alerta justamente que uma necessidade para garantir a segurança em relação à tecnologia é sempre avisar que tal ação foi criada por uma IA.

"Por exemplo, no âmbito do direito pode ter uma decisão judicial feita com base em inteligência artificial e sem os réus saberem que veio dessa tecnologia. Existe um debate sobre até que ponto ela pode ser utilizada, ou, no mínimo, [pode ser] informado […] o seu uso", justifica.

Como a inteligência artificial afeta a sociedade?

As notícias falsas já são alvo do debate e da preocupação frente aos problemas que trouxeram à democracia nas últimas décadas. E com o avanço da tecnologia e a facilidade de acesso à IA, passaram a influenciar ainda mais todo o sistema político, lembra o doutorando da UFRGS. "O grande debate que acontece nesse quesito são as notícias falsas que são amplificadas pela utilização da inteligência artificial, que confere a esse problema um grau de perigo muito maior. Existe algo que se chama deepfake, ou seja, a simulação de uma maneira que fica praticamente idêntica à realidade. Inclusive viralizou, não há muito tempo, uma imagem do papa [Francisco] de jaqueta até razoavelmente realista, e pode enganar alguém", disse.
Imagem falsa do papa Francisco usando jaqueta, feita com inteligência artificial - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2023
Imagem falsa do papa Francisco usando jaqueta, feita com inteligência artificial
Esse é um dos motivos, conforme o especialista, que levam à necessidade de uma regulamentação internacional que imponha limites e regras ao uso da IA. "Já foram feitas, inclusive, algumas declarações conjuntas, até mais recentemente, dos Estados Unidos e da China para justamente tentar impedir os males. Mas nada até hoje prático, com resultados concretos. Eu acho que as Nações Unidas deveriam colocar isso, inclusive, como prioridade, a elaboração de algum tratado internacional para regular a inteligência artificial", defende.

Como a inteligência artificial contribui em conflitos militares?

Os avanços tecnológicos da inteligência artificial já podem ser vistos até no meio militar. É o caso do conflito na Ucrânia, em que, segundo Thomas Bellini, a tecnologia está presente nos avançados drones russos.

"Está sendo empregada de uma maneira extremamente eficiente pela Federação da Rússia. O drone Lancet, que é muito famoso, tem um alto grau de precisão. E elaborou agora uma nova versão, que se chama Izdelie 53. Esses equipamentos conseguem se comunicar entre si e atingir um alvo sem a atuação humana. Ou seja, é a inteligência artificial empregada no combate."

Diante disso, o especialista lembra que o debate sobre a IA já é um importante elemento da geopolítica atual, uma vez que está além dos setores intelectual, acadêmico e econômico, tornando-se uma nova ferramenta militar.

"Inclusive uma das razões para os Estados Unidos tentarem tirar da China seu acesso aos chips e semicondutores, que hoje em dia se debate tanto, é justamente para evitar que a China tenha progresso no ramo", diz.

China: uma das líderes do desenvolvimento global da inteligência artificial

Com pelo menos 79 modelos de IA já desenvolvidos, cada um com mais de 1 bilhão de parâmetros, a China tem alcançado um enorme progresso nos últimos anos que a coloca entre os países líderes no setor. Além disso, metade desses modelos é realizada em código aberto, o que significa que são disponibilizados gratuitamente.

"A China tem avançado no desenvolvimento de modelos de inteligência artificial (IA) em grande escala. De acordo com o Instituto de Informação Científica e Técnica da China, pelo menos 79 modelos de IA em grande escala foram desenvolvidos no país, cada um com mais de 1 bilhão de parâmetros. Especialistas da indústria afirmam que os Estados Unidos e a China têm liderado o desenvolvimento global desses modelos, mas a China ainda precisa diminuir a lacuna com os Estados Unidos nessa área", afirmou.

Já no Brasil, o especialista lembra que, apesar de ter cientistas de dados que "não ficam atrás em nenhum quesito" do resto do mundo, ainda não existe nenhum projeto importante na área. "O STF [Supremo Tribunal Federal] utiliza uma IA para analisar alguns processos, o Tribunal de Contas da União [TCU] também, e certamente existem vários outros. Na área do agronegócio, algumas tecnologias estão sendo empregadas, até mesmo para satélites, para saber onde é que tem alguma queimada, onde há desmatamento; isso pode ser empregado. Entretanto não há nada muito robusto."
O logotipo OpenAI é visto em um telefone celular na frente de uma tela de computador que exibe a saída do ChatGPT, em Boston. EUA, 21 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 17.11.2023
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Como será o futuro do trabalho na era da inteligência artificial?

Um dos principais temores é a substituição de vagas no mercado de trabalho pelo uso da inteligência artificial nas mais diversas funções, como um contador, analista de crédito, caixa de supermercado e profissional de marketing.
O professor de direito da pós-graduação da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo e coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da entidade, Alexandre Pacheco, enfatiza que novos tipos de trabalho também serão demandados pela tecnologia.
Porém o questionamento que fica é: o saldo será positivo ou negativo?

"Esse discussão sempre ocorreu nas grandes transformações tecnológicas. Quando surge a eletricidade, por exemplo, deixaram de ser necessários os acendedores de lampiões ou até mesmo postes de querosene para gerar iluminação noturna. Com a disseminação da energia elétrica, cria-se, no final das contas, um contexto em que a pessoa não é mais necessária. E nesse sentido, como ela vai ser realocada? Vai existir uma nova posição para ela poder trabalhar?", questiona.

Para o especialista, as habilidades que a pessoa conseguiu construir ao longo de toda uma vida deixam de ser demandadas pela sociedade, e por isso é criado um grande desafio social.

"Cada vez mais vislumbro, pela velocidade da transformação tecnológica e pelo tipo de transformação tecnológica que a gente está vivenciando, que o saldo será negativo. Nisso entram os governos, com políticas [de readequação profissional destes] […] exércitos de pessoas […] [nas quais] a gente já investiu para que tivessem uma formação, e que essa formação se perdeu ao longo do tempo por causa das transformações tecnológicas", finaliza.


sábado, 24 de julho de 2021

Menina morre da peste no Colorado e estado norte-americano está em alerta por propagação da doença

 


As autoridades sanitárias do Colorado confirmaram a morte de uma menina de 10 anos por peste e anunciaram que testes laboratoriais detectaram a presença da bactéria em amostras obtidas de pulgas.

Seis condados do estado norte-americano do Colorado estão em alerta por causa da propagação da peste, uma infecção que é transmitida principalmente por picada de pulgas infeсtadas que vivem em roedores. A doença já tirou a vida de uma menina de 10 anos, que morreu em 5 de julho na cidade de Durango, apesar de ter recebido tratamento.

Nesta sexta-feira (24), o Departamento da Saúde Pública e Meio Ambiente do Colorado publicou um comunicado, confirmando a causa da morte da menina. O departamento apelou aos cidadãos para terem cuidado após relatos de casos de peste em animais em seis condados. A morte da menina é o primeiro caso letal registrado desde 2015 no Colorado.

A peste é causada pela bactéria Yersinia Pestis e pode transmitir-se aos humanos pela picada de pulgas infectadas ou por contato direto com os animais infectados. Frequentemente, a doença é detectada nos chamados cães-da-pradaria, esquilos e outros roedores. Por isso, as autoridades aconselharam ficar longe desses animais e tomar medidas preventivas.

Entre as medidas recomendadas, as autoridades sanitárias priorizaram não matar os cães-da-pradaria, porque sua morte "obrigaria os parasitas a procurar novos hóspedes", sejam animais de estimação ou humanos.

No Colorado, entre 2015 e 2020, foram registrados 22 casos de peste, quase metade dos quais no condado de La Plata, o mesmo onde faleceu a menina neste mês. Na lista dos condados afetados também estão San Miguel, El Paso, Boulder, Huerfano e Adams.

sábado, 12 de junho de 2021

Alexandre Garcia, da CNN, foi quem mais lucrou com propagação de fake news sobre a covid-19 no Youtube

 


O jornalista Alexandre Garcia, que serviu aos governos militares, atuou na Globo e hoje comenta na CNN é quem mais lucrou com a propagação de mentiras relacionadas à covid-19, como a notória fake news de que haveria um "tratamento precoce" à base de cloroquina e ivermectina contra a doença. Garcia apagou os vídeos sobre este tema de seu canal, mas ainda comenta na CNN, que pertence ao bilionário Rubens Menin. Os dados foram enviados pelo Google à CPI e obtidos pela jornalista Natália Portinari, do Globo.

"Dados sigilosos enviados pelo Google à CPI da Covid mostram que canais no YouTube, entre eles de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, ganharam dinheiro disseminando notícias falsas sobre a pandemia antes que seus vídeos fossem apagados da rede social. A pedido da comissão, a empresa de tecnologia forneceu uma lista de 385 vídeos removidos pelo Youtube ou deletados pelos próprios usuários após serem identificados como disseminadores de desinformação sobre formas de tratamento para a Covid-19 ou a pandemia. A listagem foi acompanhada de quanto cada publicação rendeu aos donos dos canais até saírem do ar", aponta a repórter.

"O jornalista Alexandre Garcia encabeça a relação, tendo tido 126 tirados doar por ele próprio ou pela plataforma que haviam rendido quase R$ 70 mil em remuneração pela audiência e publicidade. Gustavo Gayer (R$ 40 mil), Notícias Política BR (R$ 20,7 mil), Brasil Notícias (R$ 17,7 mil), completam as primeiras colocações. Ao todo, os usuários ganharam US$ 45 mil, o equivalente a R$ 230 mil.

Desde o início da pandemia, responsáveis por canais que tiveram conteúdo removido pela plataforma refutam ter publicado desinformação de forma deliberada. “A propagação de fake news a respeito da pandemia tem sido uma ação orquestrada e com consequências diretas no agravamento do número de mortes pela covid-19”, frisa o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

domingo, 10 de maio de 2020

Cientistas estabelecem qual a ligação entre condições climáticas e propagação do coronavírus



As condições climáticas não parecem afetar a velocidade de propagação do novo coronavírus. Já as medidas de contenção e iniciativas governamentais desempenham papel fundamental, afirmam especialistas.

Segundo um estudo publicado em 8 de maio na revista Canadian Medical Association Journal, não devemos crer e esperar que a chegada do tempo quente no Hemisfério Norte possa fazer enfraquecer o surto do novo coronavírus.
Para determinar se a propagação da epidemia estaria relacionada ao clima e se a chegada de um tempo mais quente poderia potencialmente reduzir a transmissão da doença, uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por Peter Juni da Universidade de Toronto, Canadá, analisou 375.609 casos confirmados em 144 diferentes zonas geográficas ao redor do mundo.
Os cientistas compararam a dinâmica de propagação do vírus entre 20 e 27 de março tomando como parâmetros fatores como a latitude, a temperatura e a umidade. Levaram igualmente em conta as medidas tomadas de 7 a 13 de março de 2020 para conter a epidemia.
Após estudar todos esses dados, os especialistas descobriram que a progressão da epidemia não está associada à latitude e à temperatura, detectando somente uma frágil relação entre a umidade e uma mais reduzida disseminação do novo coronavírus.
Os cientistas concluíram, isso sim, que o mais importante são medidas como o encerramento de escolas e a implementação de distanciamento social, bem como o estado do sistema de saúde do país. São estes os fatores principais que podem influenciar a propagação do SARS-CoV-2.

© REUTERS / SERGIO PEREZ
Garota anda de bicicleta em Madri em meio à pandemia da COVID-19.
Vale recordar que, em meados de abril, pesquisadores da Universidade de Aix-Marseille estabeleceram que, mesmo quando aquecidas a 60°C por uma hora, algumas cepas do patógeno que causa a COVID-19 ainda eram capazes de se replicar. Os cientistas tiveram que elevar a temperatura até quase o ponto de ebulição para matar completamente o vírus.
Parece assim confirmar-se que será uma esperança vã acreditar que a chegada do verão no Hemisfério Norte terá influência no novo coronavírus, ao contrário do que acontece com a gripe.
"A sazonalidade e a dependência climática da gripe estão bem estabelecidas. Os mecanismos sugeridos para a desaceleração da epidemia de influenza nos meses de verão em climas temperados estão relacionados à maior temperatura, maior umidade ou maior radiação solar", refere-se no estudo.

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