A empresa chinesa Huawei, um dos principais fornecedores mundiais de equipamento de telecomunicações, tem sido acusada pelo governo dos EUA de espionagem industrial e roubo de tecnologia.
Em 2019, a gigante tecnológica foi colocada em uma lista negra em meio à guerra comercial entre Pequim e Washington.
Agora, a empresa de software Business Efficiency Solutions LLC (BES), com sede no estado norte-americano da Califórnia, entrou com uma ação judicial contra a Huawei na quarta-feira (11), alegando que a companhia chinesa roubou dados confidenciais, após as duas empresas terem trabalhado juntas em um projeto conjunto para o governo do Paquistão.
A Huawei foi acusada de desenvolver o chamado software "backdoor", de modo a acessar a informação confidencial que a empresa americana afirma ser "importante para a segurança nacional do Paquistão".
O projeto Cidade Segura (Safe City, em inglês) foi lançado pelo governo paquistanês em 2015, com o objetivo de renovar suas agências policiais e de segurança, as equipando com tecnologia inovadora, sendo que a contratante geral era a Huawei. Já a BES, por sua vez, foi convidada como subcontratante exclusiva, uma vez que "tinha a capacidade, perícia e conhecimento que faltava à Huawei para satisfazer os requisitos técnicos e de software para o projeto".
Segundo a ação judicial, a Huawei teria ficado na posse dos "segredos comercialmente mais valiosos" da BES, pelo que, depois, teria começado "a adquirir secretamente certas partes dos sistemas de software da BES a partir de outras fontes - inclusive de fornecedores identificados pela BES para a Huawei".
"Após obter posse e acessar os segredos comerciais da BES sob pretexto de contrato, a [...] Huawei tentou obter contratos para desenvolver outros projetos da Cidade Segura no Paquistão e em todo o mundo por si só, violando seu acordo com a BES e sua licença limitada à tecnologia da BES até então fornecida", conforme se lê no processo.
O documento judicial aponta a existência de outras violações adicionais da propriedade intelectual da empresa norte-americana por parte da Huawei. Contudo, a gigante asiática afirma que tais acusações não têm quaisquer bases e que têm motivações políticas, o que vai contra os princípios de competição de mercado.
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