A epidemiologista Ethel Maciel, que assinou o documento, cita uma série de fatores que considera inaceitáveis para o cargo, dentre eles os incentivos ao uso de medicamentos ineficazes contra a COVID-19, como a cloroquina.
Nesta sexta-feira (5), um grupo de oito profissionais de Saúde protocolou na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro. A base para o documento é a atuação do mandatário durante a pandemia de COVID-19.
O pedido diz que Bolsonaro "viola incessantemente a dignidade, honra e decoro da presidência, o mais elevado cargo político da República, para disseminar mentiras, propagar desinformação sanitária e projetar dúvidas sobre a higidez de vacinas, também para o que julga ser seu benefício político pessoal".
O texto tem a assinatura de Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e de José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde no governo Lula.
"Em meio à maior emergência de saúde pública dos últimos cem anos, o Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, para sua conveniência política pessoal, usou seus poderes legais e sua força política para desacreditar medidas sanitárias de eficácia comprovada e desorientar a população cuja saúde deveria proteger", diz ainda o pedido.
A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que também integra o grupo, afirmou, em entrevista à Sputnik Brasil, que Bolsonaro teve "atitudes criminosas" neste período da crise sanitária.
A pesquisadora citou uma série de fatores que considera inaceitáveis para o cargo, dentre eles os incentivos ao uso de medicamentos ineficazes contra a COVID-19, como a cloroquina.
"Eu diria que, frente à maior crise sanitária dos últimos 102 anos, as ações para disseminar desinformação, incitar o descumprimento de medidas sanitárias, como o distanciamento e uso de máscaras, e disseminar a ilusão de 'tratamentos precoces', podem ser apontadas como muito críticas na atuação dele, de fato atitudes criminosas, em face ao conhecimento científico no momento", disse a epidemiologista.
Este foi o primeiro pedido de impeachment protocolado contra Bolsonaro na gestão de Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente da República, que assumiu o comando da Câmara na última segunda-feira (1º). O antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou o cargo com mais de 60 pedidos na gaveta.
Ethel Maciel diz que entende que "a independência dos poderes precisa ser preservada e "os crimes de responsabilidade investigados conforme os ritos democráticos".
A pesquisadora afirma que o presidente é "um protagonista do movimento antivacinas" em um dos momentos mais críticos já vividos pelo país.
"Espero que uma mobilização de pesquisadores e profissionais com experiência na área da Saúde possa ser um fator de fortalecimento para que seja pautado o impedimento e a investigação dos crimes cometidos", disse.
Além de Ethel Maciel, Gonzalo Vecina e José Gomes Temporão, também assinam o documento os seguintes profissionais da Saúde: Eloan dos Santos Pinheiro, ex-diretora da Far-Manguinhos (Fiocruz) e especialista em em tecnologia farmacêutica e saúde pública; Reinaldo Ayer de Oliveira, médico e 1º secretário da Sociedade Brasileira de Bioética; Daniel de Araújo Dourado, médico, advogado e pesquisador do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da USP; Ubiratan de Paula Santos, pneumologista; e Ricardo Oliva, médico sanitarista.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik
- ...
- Pesquisadores brasileiros chegam a uma alteração genética que pode predispor a pessoa ao vitiligo. Estudo realizado no Paraná concluiu que...
- Teste bem-sucedido abre caminho para novo sistema de radar planetário que permitiu o registro de uma perspectiva detalhada da Lua com imag...
- Cientistas desenterraram no gelo da Antártica o mineral jarosita, que é composto de potássio, sulfato e ferro. O mineral é muito raro na T...
- QUÍRON RETRÓGRADO: poderes de cura, iniciáticos e alquímicos O caminho da percepção Os planetas retrógrados são mai...
- O objeto celeste chamado de "segunda Lua" pelos astrônomos se aproximará da Terra pela última vez na próxima semana, em 2 de fev...
Nenhum comentário:
Postar um comentário