No Dia Nacional da Caatinga, comemorado nesta terça-feira (28), a Sputnik Brasil ouviu um especialista para entender o processo que ameaça o único bioma 100% brasileiro.
Estudo do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), aponta que 12,85% do semiárido brasileiro enfrenta o processo de desertificação.
Para o engenheiro ambiental e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) David Zee, o processo ocorre porque o solo do local está sendo desgastado.
"Ao longo do tempo, a ocupação humana começou a degradar a vegetação da caatinga, ou seja, as pessoas usavam a madeira para fazer cercados, para ter energia em seu fogão caseiro. E isso foi destruindo a vegetação que estava adaptada para a região. Como ela não tem uma capacidade de reprodução e espalhamento muito grande, a velocidade com que o homem foi utilizando esse material e, principalmente, o crescimento do rebanho de caprinos, das cabras, promoveu a destruição das folhagens novas", afirma Zee à Sputnik Brasil.
O processo de desertificação, afirma o professor da UERJ, pode representar uma "quebra no ciclo natural" do bioma e causar o desaparecimento de espécies. "A preservação é extremamente importante para a viabilidade não só ambiental da região, mas principalmente social", diz Zee.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, cerca de 11% do território nacional. Os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais fazem parte do bioma.
A caatinga é lar de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik
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