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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

China inaugura o maior laboratório subterrâneo do mundo para estudar matéria escura (FOTOS, VÍDEO)

 


A unidade, chamada de Fundo Subterrâneo Profundo e de Radiação Ultrabaixa para Experimentos de Física de Fronteira (DURF, na sigla em inglês), possui 330 mil metros cúbicos e fica abaixo da montanha Jinpin.


Na quinta-feira (7), a China inaugurou um laboratório de física com 2.400 metros de profundidade na província de Sichuan, no sudoeste do país. A unidade é o maior e mais profundo laboratório subterrâneo do mundo para se estudar matéria escura.
No entanto, a instalação, que oferece condições especiais de teste, não está disponível para cientistas de outros países, de acordo com a agência Xinhua.
Os cientistas acreditam que o laboratório fornece um espaço "limpo" para eles perseguirem a substância invisível conhecida como matéria escura, uma vez que a profundidade extrema ajuda a bloquear a maioria dos raios cósmicos que atrapalham a observação.
A construção começou em dezembro de 2020 e foi construída em conjunto pela Universidade de Tsinghua e pela Yalong River Hydropower Development Company.
Segundo o professor da Universidade de Tsinghua Yue Qian, a localização da unidade faz com que o laboratório fique exposto a uma quantidade muito pequena de raios cósmicos — um centésimo milionésimo daquele na superfície da Terra.
Um laboratório de física com 2.400 metros de profundidade na província de Sichuan, no sudoeste da China, entrou em operação na quinta-feira, tornando-o o maior e mais profundo laboratório subterrâneo do mundo.
As vantagens são fluxos de raios cósmicos ultrabaixos, assim como radiação ambiental e concentração de radônio extremamente baixos, ressalta a mídia.
Os cientistas inferem que a matéria visível representa apenas cerca de 5% do universo, enquanto cerca de 95% do universo é composto de matéria escura e energia escura.
Reator nuclear China Shidaowan - Sputnik Brasil, 1920, 06.12.2023
Panorama internacional
China anuncia início de operação do 1º reator nuclear de 4ª geração do mundo (FOTOS)



Astrônomos descobrem no Universo enorme massa de água de 12 bilhões de anos

 


Duas equipes de astrônomos descobriam o maior e mais distante reservatório de água já detectado no Universo.

A massa de água é notavelmente maior do que toda a água do planeta Terra. E, de acordo com os cientistas, é o equivalente a 140 trilhões de vezes toda a água do oceano mundial. No entanto, há poucas chances de conseguir observá-la com um telescópio, pois o corpo d'água circunda um enorme buraco negro ativo chamado quasar, que está a mais de 12 bilhões de anos de distância. As observações feitas pelos cientistas revelaram uma época em que o Universo tinha apenas 1,6 bilhão de anos.
Matt Bradford, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, falou sobre a descoberta dizendo que ela mostra que a água pode ser encontrada em todo o Universo.

"O ambiente em torno desse quasar é único, pois está produzindo essa enorme massa de água", disse ele. "Isso é outra demonstração de que a água está presente em todo o Universo, mesmo nos tempos mais remotos", acrescentou Bradford.


Atualmente, esse é o maior reservatório de água conhecido no espaço.
Os dois grupos de astrônomos estudaram um quasar específico chamado APM 08279+5255, que abriga um buraco negro 20 bilhões de vezes mais maciço que o Sol e produz tanta energia quanto mil trilhões de sóis. A equipe de Bradford conseguiu obter mais informações sobre a água, principalmente sobre sua incrível massa, já que detectou várias assinaturas espectrais da água.
Antes dessa descoberta, os astrônomos nunca haviam encontrado vapor de água presente tão longe no Universo primordial. Há água em outros lugares da Via Láctea, mas a maior parte dela está na forma de gelo.


Arqueólogos descobrem nos EUA gravuras astronômicas e pinturas de antiga cultura visionária (FOTO)

 


Arqueólogos da Universidade Jaguelônica, em Cracóvia, anunciaram a descoberta de gravuras astronômicas e pinturas associadas à cultura Pueblo.

A descoberta foi feita no complexo de assentamentos Castle Rock Pueblo, localizado no planalto de Mesa Verde, na fronteira entre os estados do Colorado e Utah, nos EUA, escreve Heritage Daily.
Pesquisas anteriores da área identificaram petróglifos da cultura Pueblo dos séculos XII e XIII e painéis de pedra dos séculos XV e XVII, retratando cenas de caça associadas à tribo Ute.

A cultura Pueblo foi uma das primeiras civilizações norte-americanas nativas que surgiu por volta de 100 d.C., em regiões que abrangem o atual estado de Utah, juntamente com áreas do Arizona, Novo México e Colorado.

A cultura era uma das sociedades pré-colombianas mais avançadas que construía habitações de pedra de vários andares, criava arte rupestre e joias minimamente ornamentadas, além de cerâmicas decoradas com motivos pintados.
Descobertas de petróglifos oferecem avanços na compreensão da cultura Pueblo.
Arqueólogos começaram a explorar vários cânions do complexo de assentamentos Castle Rock Pueblo. A uma altura de 800 metros acima dos assentamentos de penhascos, a equipe encontrou os petróglifos e painéis de rocha que se estendem por quatro quilômetros ao redor do grande planalto.

Desenhos esculpidos nos painéis de rocha são espirais de até um metro de diâmetro, que foram usadas pelo povo Pueblo para observações astronômicas e para determinar os solstícios de verão e inverno, bem como os equinócios de primavera e outono.

Também foram descobertas representações pintadas retratando imagens de guerreiros e xamãs, que, de acordo com os pesquisadores, datam do século III d.C.


Uso militar e político e propagação de notícias falsas: os principais riscos e desafios ligados à IA

 


Apesar de ter se popularizado em todo o mundo só na última década, a expressão inteligência artificial (IA) surgiu ainda no fim dos anos 1950 e, na origem em latim, significa "inteligência que vem da arte". E há quase 75 anos já era iniciado o esboço do que viria a ser o primeiro chatbot (assistente virtual) do mundo, batizado de Elisa.

É o que contou Thomas Bellini Freitas, doutorando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho. "Mas essa ideia de uma criação artificial é muito mais antiga, vem de séculos. Heron de Alexandria [que viveu na Grécia Antiga] já fazia desenhos de autômatos", esclarece o especialista, que também é autor do livro "Inteligência Artificial e Responsabilidade Humana".
Setor que deve gerar até US$ 150 bilhões (R$ 731,7 bilhões) em investimentos até 2035, a inteligência artificial teoricamente não tem limites, segundo Thomas Bellini.
Porém o potencial do que pode proporcionar à sociedade só está no começo. "As utilizações ainda são extremamente simples. O ChatGPT [um dos chatbots mais populares] tem toda essa atenção midiática por ter uma linguagem generativa, mas ainda é fraco e não consegue dar conta de procedimentos de altíssima complexidade", pontua.

Quais são os 4 tipos de inteligência artificial?

A inteligência artificial é classificada em quatro segmentos: aprendizado de máquina, robótica inteligente, processamento de linguagem natural e visão computacional.
Conforme o especialista, é um sistema que busca simular uma decisão humana, mas não substituí-la. "Um avião não tenta ser igual a uma ave, o avião tenta ser um avião, assim como a IA não tenta ser um ser humano, por mais que em muitos casos a diferenciação vá ser quase impossível. É o caso de simulações de pessoas, criação de imagens", exemplifica.

Com avanços notáveis na fronteira da tecnologia, a IA já emerge como protagonista nas narrativas contemporâneas. Desvendando novas possibilidades e desafios, essa revolução digital redefine os limites do possível, moldando o futuro com algoritmos e inovações que permeiam todos os aspectos da vida moderna.

O box acima poderia muito bem ser uma explicação do próprio especialista ou um parágrafo desta reportagem, mas foi criado, a título de exemplo, a partir de uma das tantas ferramentas de inteligência artificial de acesso gratuito.
Thomas Bellini alerta justamente que uma necessidade para garantir a segurança em relação à tecnologia é sempre avisar que tal ação foi criada por uma IA.

"Por exemplo, no âmbito do direito pode ter uma decisão judicial feita com base em inteligência artificial e sem os réus saberem que veio dessa tecnologia. Existe um debate sobre até que ponto ela pode ser utilizada, ou, no mínimo, [pode ser] informado […] o seu uso", justifica.

Como a inteligência artificial afeta a sociedade?

As notícias falsas já são alvo do debate e da preocupação frente aos problemas que trouxeram à democracia nas últimas décadas. E com o avanço da tecnologia e a facilidade de acesso à IA, passaram a influenciar ainda mais todo o sistema político, lembra o doutorando da UFRGS. "O grande debate que acontece nesse quesito são as notícias falsas que são amplificadas pela utilização da inteligência artificial, que confere a esse problema um grau de perigo muito maior. Existe algo que se chama deepfake, ou seja, a simulação de uma maneira que fica praticamente idêntica à realidade. Inclusive viralizou, não há muito tempo, uma imagem do papa [Francisco] de jaqueta até razoavelmente realista, e pode enganar alguém", disse.
Imagem falsa do papa Francisco usando jaqueta, feita com inteligência artificial - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2023
Imagem falsa do papa Francisco usando jaqueta, feita com inteligência artificial
Esse é um dos motivos, conforme o especialista, que levam à necessidade de uma regulamentação internacional que imponha limites e regras ao uso da IA. "Já foram feitas, inclusive, algumas declarações conjuntas, até mais recentemente, dos Estados Unidos e da China para justamente tentar impedir os males. Mas nada até hoje prático, com resultados concretos. Eu acho que as Nações Unidas deveriam colocar isso, inclusive, como prioridade, a elaboração de algum tratado internacional para regular a inteligência artificial", defende.

Como a inteligência artificial contribui em conflitos militares?

Os avanços tecnológicos da inteligência artificial já podem ser vistos até no meio militar. É o caso do conflito na Ucrânia, em que, segundo Thomas Bellini, a tecnologia está presente nos avançados drones russos.

"Está sendo empregada de uma maneira extremamente eficiente pela Federação da Rússia. O drone Lancet, que é muito famoso, tem um alto grau de precisão. E elaborou agora uma nova versão, que se chama Izdelie 53. Esses equipamentos conseguem se comunicar entre si e atingir um alvo sem a atuação humana. Ou seja, é a inteligência artificial empregada no combate."

Diante disso, o especialista lembra que o debate sobre a IA já é um importante elemento da geopolítica atual, uma vez que está além dos setores intelectual, acadêmico e econômico, tornando-se uma nova ferramenta militar.

"Inclusive uma das razões para os Estados Unidos tentarem tirar da China seu acesso aos chips e semicondutores, que hoje em dia se debate tanto, é justamente para evitar que a China tenha progresso no ramo", diz.

China: uma das líderes do desenvolvimento global da inteligência artificial

Com pelo menos 79 modelos de IA já desenvolvidos, cada um com mais de 1 bilhão de parâmetros, a China tem alcançado um enorme progresso nos últimos anos que a coloca entre os países líderes no setor. Além disso, metade desses modelos é realizada em código aberto, o que significa que são disponibilizados gratuitamente.

"A China tem avançado no desenvolvimento de modelos de inteligência artificial (IA) em grande escala. De acordo com o Instituto de Informação Científica e Técnica da China, pelo menos 79 modelos de IA em grande escala foram desenvolvidos no país, cada um com mais de 1 bilhão de parâmetros. Especialistas da indústria afirmam que os Estados Unidos e a China têm liderado o desenvolvimento global desses modelos, mas a China ainda precisa diminuir a lacuna com os Estados Unidos nessa área", afirmou.

Já no Brasil, o especialista lembra que, apesar de ter cientistas de dados que "não ficam atrás em nenhum quesito" do resto do mundo, ainda não existe nenhum projeto importante na área. "O STF [Supremo Tribunal Federal] utiliza uma IA para analisar alguns processos, o Tribunal de Contas da União [TCU] também, e certamente existem vários outros. Na área do agronegócio, algumas tecnologias estão sendo empregadas, até mesmo para satélites, para saber onde é que tem alguma queimada, onde há desmatamento; isso pode ser empregado. Entretanto não há nada muito robusto."
O logotipo OpenAI é visto em um telefone celular na frente de uma tela de computador que exibe a saída do ChatGPT, em Boston. EUA, 21 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 17.11.2023
Panorama internacional
Como a inteligência artificial pode impulsionar a economia de países africanos


Como será o futuro do trabalho na era da inteligência artificial?

Um dos principais temores é a substituição de vagas no mercado de trabalho pelo uso da inteligência artificial nas mais diversas funções, como um contador, analista de crédito, caixa de supermercado e profissional de marketing.
O professor de direito da pós-graduação da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo e coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da entidade, Alexandre Pacheco, enfatiza que novos tipos de trabalho também serão demandados pela tecnologia.
Porém o questionamento que fica é: o saldo será positivo ou negativo?

"Esse discussão sempre ocorreu nas grandes transformações tecnológicas. Quando surge a eletricidade, por exemplo, deixaram de ser necessários os acendedores de lampiões ou até mesmo postes de querosene para gerar iluminação noturna. Com a disseminação da energia elétrica, cria-se, no final das contas, um contexto em que a pessoa não é mais necessária. E nesse sentido, como ela vai ser realocada? Vai existir uma nova posição para ela poder trabalhar?", questiona.

Para o especialista, as habilidades que a pessoa conseguiu construir ao longo de toda uma vida deixam de ser demandadas pela sociedade, e por isso é criado um grande desafio social.

"Cada vez mais vislumbro, pela velocidade da transformação tecnológica e pelo tipo de transformação tecnológica que a gente está vivenciando, que o saldo será negativo. Nisso entram os governos, com políticas [de readequação profissional destes] […] exércitos de pessoas […] [nas quais] a gente já investiu para que tivessem uma formação, e que essa formação se perdeu ao longo do tempo por causa das transformações tecnológicas", finaliza.


NASA compartilha nova FOTO de Urano e seus satélites tirada pelo James Webb

 


Quando pensamos em Urano, geralmente temos em mente a imagem de uma esfera azul-clara. Afinal, foi essa a primeira imagem do astro, capturada em 1986. Mas o Telescópio Espacial James Webb acaba de nos dar uma perspectiva diferente desse planeta distante.

Usando o espectro infravermelho de luz, invisível ao olho humano e emitido por transferência de calor, o Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês) da NASA foi capaz de capturar imagens raramente vistas de Urano e seus arredores.
Na verdade, a imagem publicada faz parte do mesmo conjunto, mas com uma resolução muito superior das publicadas em abril, que só tinham duas cores.
Esta imagem de Urano, capturada pela câmera de infravermelho do James Webb, mostra setas de bússola, barra de escala e chave colorida para referência - Sputnik Brasil, 1920, 21.12.2023
Imagem de Urano, capturada pela câmera de infravermelho do Telescópio Espacial James Webb, mostra setas de bússola, barra de escala e chave colorida para referência
Nove dos 27 satélites conhecidos de Urano também podem ser vistos na foto como esferas brancas e azuis brilhantes.
Tal como os anéis, os satélites orbitam o planeta ao longo do seu equador, que está inclinado 98 graus devido a um enorme impacto planetário no início de sua vida, o qual virou o planeta de lado, dizem os cientistas.

"JWST nos permite observar Urano e Netuno de uma maneira completamente nova, porque nunca tivemos um telescópio desse tamanho que olhe no [espectro] infravermelho", disse Naomi Rowe-Gurney, pesquisadora de pós-doutorado e embaixadora do sistema solar para o telescópio.

Ainda assim, Urano possui calotas polares, visíveis no centro do planeta na foto. Várias tempestades brilhantes também podem ser vistas perto e abaixo da borda sul da calota polar.
A NASA planeja uma missão espacial especializada a Urano em 2030.


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