“Me deixaram aqui sem informação, isolado, como se fosse um bicho. Eu me esgoelo, eu grito, eu chamo as pessoas, ninguém atende", disse Jorge José González Seba em um vídeo antes de falecer com suspeita de coronavírus
Jorge José González Seba, de 60 anos, que morreu com suspeita de coronavírus, acusou o hospital Rio Mar, que pertence à Rede D'Or e fica na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, de abandoná-lo por medo de contaminação. A informação é do jornal O Globo.
Num vídeo gravado na UTI, González disse que médicos e enfermeiros evitavam se aproximar dele por medo de contrair o vírus. “Me deixaram aqui sem informação, isolado, como se fosse um bicho. Eu me esgoelo, eu grito, eu chamo as pessoas, ninguém atende. Tenho dificuldade até para urinar", denunciou.
A família informa que pretende processar o hospital por negligência e omissão de socorro. González era capitão reformado do Exército e cônsul honorário do Suriname no Rio. Ele deixou as acusações contra o Rio Mar em áudios de celular.
Em nota, o hospital informou que abriu inquérito administrativo para apurar responsabilidades no atendimento e adotar as medidas cabíveis.
Ganzález era diabético e foi internado no último sábado com febre e falta de ar. Foi diagnosticado com pneumonia dupla e isolado por quatro dias na UTI.
O hospital afirma que "não compactua com eventos desta natureza e reafirma seu compromisso com o correto acolhimento de seus pacientes" e disse lamentar "profundamente os transtornos causados e se solidariza com a família do paciente, colocando-se à disposição para o que se fizer necessário".
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