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segunda-feira, 7 de junho de 2021

Brasil não precisa de permissão dos EUA para comandar seu 'próprio quintal', diz Lula

 


O petista Luiz Inácio Lula da Silva deu entrevista à RT News sobre seu retorno potencial em 2022 e que lugar ele quer para o Brasil no cenário global.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à RT News, nesta segunda-feira (7), que deseja mais igualdade no futuro e que países fortes como os EUA não se intrometam nos assuntos de outras nações.

"Essa ideia dos americanos de serem um farol para o mundo e não deixar ninguém competir economicamente está errada. Os americanos devem saber que não queremos um xerife ou um tutor, queremos um parceiro. Queremos irmãos e irmãs", disse o líder do Partido dos Trabalhadores.

Lula destacou a posição internacional brasileira durante seus dois mandatos entre 2003 e 2010.

"Provamos que o Brasil pode ter soberania e protagonismo internacional, e que isso pode ser alcançado sem a necessidade de pedir aos EUA. Não precisamos pedir permissão aos EUA para sermos donos de nosso próprio quintal", alegou. 

"O problema é que o Brasil tem uma classe dominante, uma elite subserviente. Eles não podem fazer nada sem pedir permissão dos EUA", completou.

O presidente Jair Bolsonaro participa no Palácio do Planalto, em Brasília
© FOLHAPRESS / PEDRO LADEIRA
O presidente Jair Bolsonaro participa no Palácio do Planalto, em Brasília

Sobre a liderança de Bolsonaro, Lula foi crítico ao afirmar que a gestão tem sido desastrosa e "quase genocida" devido ao número de mortos que se aproxima dos 500 mil pela COVID-19. 

"[Bolsonaro] não definiu os protocolos, não reuniu os cientistas ou os governadores dos estados, não tomou as decisões que qualquer governo democrático que se preocupe as pessoas teriam feito", reprovou.

Pessoas participam de um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, em frente ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, dia 29 de maio de 2021
© REUTERS / AMANDA PEROBELLI
Pessoas participam de um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, em frente ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, dia 29 de maio de 2021

Na opinião do petista, parte do problema foram as decisões politicamente motivadas do governo Bolsonaro de rejeitar e difamar as vacinas contra o SARS-CoV-2  produzidas na China e na Rússia. Completando que política de saúde pública não deveria  ser baseada em ideologias.

Lula se recusou a confirmar que concorreria à presidência no ano que vem, mas disse que o controle de Bolsonaro no poder estava sendo reduzido à medida que seu apoio público diminui. 

"Tenho certeza de que a democracia vencerá as eleições de 2022", previu o ex-presidente Lula. 


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