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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Ciro Nogueira admite que houve troca de cargos por apoio e se diz "para-raio" de Bolsonaro

 



Líder do Centrão e responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, o senador Ciro Nogueira confirmou, em entrevista ao O Globo, que a decisão de Bolsonaro de lhe dar a caneta para administrar o Orçamento de 2022 foi uma estratégia para garantir apoio para sua campanha à reeleição. O ministro-chefe da Casa Civil disse que agora é o amortecedor de Bolsonaro e o “para-raio” de Paulo Guedes, ministro da Economia.

Nogueira admitiu que a relação de toma lá-dá-cá entre Bolsonaro e o PP é antiga.  Segundo ele, o apoio a Bolsonaro começou muito antes da sigla receber cargos e crescer dentro do governo. “É lógico que houve uma aproximação, e o presidente passou a escolher técnicos do meu partido. Quando cheguei à Casa Civil, vim só com a minha chefe de gabinete”, revela. 

Além da canetada do Orçamento, que colocou Nogueira em um posto privilegiado para definir como o dinheiro federal será gasto, o ministro-chefe da Casa Civil terá a difícil tarefa de articular a campanha de Bolsonaro, que aparece bem atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todos os cenários. 

Questionado sobre o que fez o titular da Casa Civil mudar radicalmente de postura em relação a Bolsonaro quando o chamou de “facista e preconceituoso”, em 2017, e hoje tornar-se o "para-raio e amortecedor" do presidente, Nogueira disse que o governo Bolsonaro “foi capaz de fazer as transformações”, com destaque para o enfrentamento da pandemia de Covid no Brasil. “Acredito piamente em seu projeto”, afirmou. 

“Tivemos um presidente que enfrentou a maior pandemia da nossa história sem termos um país saques, violência e dando suporte a população, que foi capaz de dar 13 anos de Bolsa Família em Auxílio Emergencial para população sem quebrar o país”. 


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