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sábado, 18 de setembro de 2021

'Gabinete paralelo' levava dados da Prevent Senior para o governo federal

 


O protocolo usado pela operadora de saúde Prevent Senior para administrar medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 em pacientes teve acompanhamento do governo federal. É o que mostra vídeo obtido pelo Metrópoles.

 

A gravação também revela que o “kit Covid” distribuído pela empresa foi desenvolvido com a ajuda de pelo menos um membro do “gabinete paralelo”, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia. Na última quinta-feira (17), foi revelado um dossiê enviado à CPI da Covid-19 que acusa a rede de hospitais de ocultar o número de mortes em um estudo com hidroxicloroquina.

 

As imagens do vídeo mostram uma conversa entre o virologista Paolo Zanotto e Pedro Batista Jr, diretor-executivo da Prevent Senior. Zanotto é o cientista da USP que aparece em uma reunião, também revelada pelo Metrópoles, sugerindo a criação de um “Shadow Board” (gabinete das sombras) ao presidente Jair Bolsonaro e fazendo série de restrições a vacinas.

 

Na conversa, que aconteceu em maio de 2020, o virologista cita dois colegas também apontados como integrantes do gabinete paralelo: Nise Yamaguchi e Luciano Azevedo. Os três são investigados pela CPI da Pandemia e foram citados por Arthur Weintraub, então assessor especial da Presidência, como os médicos de referência do presidente Jair Bolsonaro sobre a Covid-19.

 

Na conversa, que aconteceu em maio de 2020, o virologista cita dois colegas também apontados como integrantes do gabinete paralelo: Nise Yamaguchi e Luciano Azevedo. Os três são investigados pela CPI da Pandemia e foram citados por Arthur Weintraub, então assessor especial da Presidência, como os médicos de referência do presidente Jair Bolsonaro sobre a Covid-19.

 

“Eles estão em Brasília neste momento e estão conversando com o alto escalão do governo brasileiro. Eles estão acompanhando isso, o Pedro sabe, muito mais perto do que vocês imaginam”, diz Zanotto, dirigindo-se ao diretor da operadora de planos de saúde.

 

O virologista também afirma que um dos integrantes do grupo agiu como uma espécie de intermediador entre o Palácio do Planalto e a empresa. “A gente fez um arrazoado de dados do Pedro, Luciano visitou o Pedro, olhou tudo aquilo, trouxe para esse grupo informações impressionantes. Existe um entendimento muito interessante entre a Prevent Senior e o governo federal brasileiro.”

 

A informação é confirmada pelo dirigente da operadora. “A gente compartilha o tempo inteiro o trabalho que está sendo feito. Eles vieram aqui e coletaram nossas informações. O doutor Luciano, a doutora Nise e o doutor Zanotto”, conta Batista Jr.

 

Em outro trecho, Zanotto diz que ajudou a desenvolver o protocolo utilizado pela operadora especializada no atendimento de idosos. “Não fui eu que descobri, eu só ajudei a redação e a fazer um sumário”, assinala. “O ovo de Colombo está saindo da Prevent.”

 

Em um momento da conversa, o virologista dá risada de uma possível superdosagem de zinco na hora de revisar um dos protocolos no qual a Prevent Senior se baseou: “Quando a gente estava olhando a questão do uso do zinco, a gente achou que tinha um erro tipográfico. Alguns dos protocolos que fomos comparar tinham 220mg. A gente ficou muito preocupado com isso, porque a dose recomendada é no máximo 20mg”.

 

Em seguida, o virologista cita o protocolo de Vladimir Zelenko, um cientista ucraniano defensor da hidroxicloroquina e que recomendava dar uma dose 10 vezes maior que a recomendável aos pacientes. “Ele estava comentando que está administrando 220 mg. É impressionante essa quantidade”, diz Zanotto.



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