Uma força-tarefa do Pentágono publicou um relatório prévio sobre casos de supostos OVNIs registrados desde 2004, com opiniões divergentes de especialistas sobre as conclusões apresentadas.
O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI, na sigla em inglês), uma força-tarefa do Pentágono, lançou na sexta-feira (25) um relatório provisório sobre objetos voadores não identificados (OVNIs) chamado "Avaliação Preliminar: Fenômenos Aéreos Não Identificados", ou UAP (na sigla em inglês), como são chamados pelo governo norte-americano.
O relatório de nove páginas, que tem o objetivo de fornecer ao Congresso dos EUA uma ideia de como o governo lidaria com um relatório mais completo do que ele sabe sobre os fenômenos, não fornece explicações naturais adequadas para 143 dos 144 dos incidentes relatados desde 2004, mas também não conclui que os fenômenos devem ser alienígenas.
Outras possibilidades mencionadas são fenômenos atmosféricos, reflexos de emissões de radar e "desenvolvimentos e programas classificados por entidades dos EUA".
Segundo o relatório, 18 dos incidentes descritos em 21 dos 80 relatos parecem demonstrar capacidades tecnológicas totalmente desconhecidas para os terráqueos norte-americanos, incluindo objetos se movendo sem propulsão observável, ou acelerando e desacelerando mais rápido do que qualquer nave conhecida.
No entanto, de acordo com um artigo de abril de 2021 publicado pelo portal The Drive, há tecnologias desconhecidas que estão sendo implantadas pela China, Rússia ou outros países.
Na opinião do editor Tyler Rogoway, "as Forças Armadas americanas parecem distantes do fato de que um adversário terrestre está jogando com elas, e que as principais capacidades podem estar comprometidas", apontando para uma longa história de aeronaves experimentais, desde aviões-espiões a drones, sendo interpretadas como OVNIs.
Luis Elizondo, um controverso ex-funcionário do Pentágono que afirma ter liderado o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais do governo em 2020, também deu sua opinião sobre o relatório.
"Este é certamente um momento histórico para nós, para nosso país, e eu acho, para nossos militares e nossa comunidade de inteligência", disse Elizondo na sexta-feira (25) à emissora Fox News.
O ex-agente especial da Contraespionagem do Exército dos EUA elogiou o governo por admitir "formal e oficialmente" que as dezenas de avistamentos de OVNIs de 2004 a 2021 por pilotos da Marinha dos EUA eram reais e "não nossos".
"Quando eu tive minhas comunicações particulares com alguns de meus antigos colegas e algumas pessoas que ainda estão em Washington D.C., a conversa de que estes são veículos não controlados por humanos, mas ainda controlados inteligentemente por algo ou alguém, certamente não está fora da mesa", contou à Fox News.
Segundo ele, há muito estigma e tabu na hora de relatar tais incidentes e admitir que os objetos poderiam ter origem alienígena: "Ninguém está tendo esta conversa realmente em público [...] isso é parte do problema".
Reação menos entusiasmante
"Não temos indicações claras de que haja qualquer explicação não terrestre para eles, mas iremos aonde quer que os dados nos levem", afirmou na sexta-feira (25) um alto funcionário de Washington à emissora NBC News.
"Não temos nenhuns dados que indiquem que qualquer desses fenômenos aéreos não identificados faça parte de um programa de coleta estrangeiro, nem temos nenhum dado que seja indicativo de um grande avanço tecnológico por parte de um adversário potencial", comentou.
Os EUA não são o único país que se preocupa com o fenômeno. O jornal South China Morning Post informou em 4 de junho que a força-tarefa de OVNIs de Pequim está "sobrecarregada" com relatos. O Exército de Libertação Popular (ELP) da China acredita que as "condições aéreas não identificadas" são um fenômeno mais provavelmente criado pelo homem do que por alienígenas.
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