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terça-feira, 23 de março de 2021

Bolsonaro mente em pronunciamento e distorce dados da vacinação no Brasil

 


Jair Bolsonaro que 2021 será “o ano da vacinação dos brasileiros”, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite desta terça-feira, 23, e voltou a mentir sobre sua atuação. Ele afirmou que "em nenhum momento, o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome".

Porém, desde o início da pandemia, Bolsonaro minimizou a pandemia, afirmando que a Covid-19 era um “gripezinha” e coisas do tipo, falou contra o uso de máscaras, atacou vacinas por motivos ideológicos, entre outras coisas.

Ele ainda distorceu uma importante informação sobre a vacinação no Brasil, ao afirmar que o país é o quinto país que mais vacina no mundo. O dado é correto em números absolutos, mas o importante é levar em consideração a proporção com a população.

Se considerarmos a taxa de vacinação por habitantes, o país está na 58ª posição, segundo dados do projeto Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.

"Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito", afirmou Bolsonaro, que buscou utilizar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária para impedir a aprovação da CoronaVac, produzida pelo Instituo Butantan, para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Ele também omitiu que sua principal aposta, a vacina Oxford/AstraZeneca, foi contratada antes da aprovação pela Anvisa. Segundo ele mesmo, "em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade de Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca e liberamos, em agosto, R$ 1,9 bilhão", mas aprovação pela Anvisa só ocorreu em janeiro deste ano.

No Brasil inteiro, o curto pronunciamento de Bolsonaro foi marcado por panelaços pedindo sua saída da presidência da República e o chamando de genocida.

Brasil registra 3.251 mortes por Covid-19

O Brasil registrou nas últimas 24 horas 3.251 mortes por Covid-19, segundo dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) divulgados nesta terça-feira (23). 

Esta é, de longe, a maior taxa de óbitos diários desde o início da pandemia no Brasil e escancara de uma vez por todas a péssima atuação de Jair Bolsonaro no combate à pandemia, mostrando as consequências do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.

Especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertaram nesta segunda-feira (22) que o Brasil poderá chegar à marca de cinco mil mortes diárias pela doença se nada for feito.

O país já contabiliza 298.676 mortos pelo coronavírus.

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