"Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro minimizou os efeitos do que chamou de ‘gripezinha’, rejeitando as medidas de distanciamento social e o uso de máscara, além de defender a prescrição da hidroxicloroquina, para o tratamento da doença", ressalta um dos principais jornais da França
RFI - O jornal Le Figaro desta terça-feira (29) destaca a campanha anti-vacina do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a publicação, o começo da vacinação deveria trazer esperanças para um país que já tem 190 mil mortos pela Covid-19, mas se transformou em um jogo político, devido ao negacionismo e à negligência do chefe do Executivo.
"Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro minimizou os efeitos do que chamou de ‘gripezinha’, rejeitando as medidas de distanciamento social e o uso de máscara, além de defender a prescrição da hidroxicloroquina, para o tratamento da doença", lembra o jornal.
A campanha do presidente contra a imunização, afirmando que não vai tomar a vacina, e criticando a iniciativa do Supremo de torná-la obrigatória, é considerada por Le Figaro "uma atitude singular e única nas democracias".
Le Figaro destaca que o Brasil tem uma experiência reconhecida na produção de vacinas e em campanhas de imunização da população, "graças a instituições de pesquisa renomadas como o Instituto Butantã, em São Paulo, e a Fiocruz, no Rio de Janeiro".
Queda na adesão à vacina
Segundo o jornal, o número de brasileiros que querem se vacinar caiu de 89% em agosto para 73% em dezembro. Número que continua superior ao da França, onde apenas 40% da população se diz pronta a receber a injeção.
A pesquisadora Margareth Dalcolmo, citada pela publicação, responsabiliza o discurso do governo de Bolsonaro pela queda na adesão dos brasileiros à campanha de imunização contra a Covid-19. A cientista também lamenta que o Brasil, apesar de ter participado das pesquisas de várias vacinas, como AstraZeneca/ Oxford com a Fiocruz e Sinovac com o Instituto Butantã, está atrasado nas negociações com os laboratórios para a compra do produto.
Após longas semanas de espera e pressão, o governo lançou finalmente um plano de vacinação duramente criticado, pela falta de clareza e incertezas, principalmente sobre a data do começo da campanha. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fixou o objetivo de vacinar 70% da população em 16 meses, mas o governo ainda não assinou nenhum acordo com laboratórios.
A campanha também foi vítima da guerra com o governador de São Paulo, João Doria, rival de Bolsonaro em campanha para as presidenciais de 2022, segundo Le Figaro. Sob a tutela de Doria, o Instituto Butantã desenvolveu, em conjunto com o laboratório chinês Sinovac, uma vacina que poderia estar disponível em São Paulo e no Rio de Janeiro no começo de 2021. Mas o imunizante foi desqualificado pelo presidente.
O pesquisador Domingos Alves, da Universidade de São Paulo, entrevistado pelo jornal, diz que acredita que as próximas semanas serão difíceis para o Brasil, que deve ultrapassar a média móvel de 60 mil casos diários e chegar a 100 mil até o final de janeiro, com recorde cotidiano de mortes.
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