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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Força Aérea da Índia se diz pronta para 'lidar' com instalação de radares chineses em Ladakh

 


A Força Aérea chinesa implantou mísseis e radares em apoio à agressão de seu Exército ao longo da fronteira oriental de Ladakh, disse nesta terça-feira (29) o marechal-chefe R.K.S. Bhadauria, acrescentando que seu serviço tomou todas as medidas necessárias para lidar com a situação.

O marechal-chefe da Força Aérea da Índia (IAF, na sigla em inglês), R.K.S Bhadauria, fez as declarações em um discurso em um seminário on-line sobre desafios de segurança nacional e poder aéreo, organizado pela Vivekanand International Foundation. As informações foram confirmadas pelo jornal Times of India.

Segundo Bhadauria, "a China se posicionou ao longo da Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês) em apoio ao seu Exército. Eles têm uma grande presença de radares e mísseis. Sua implantação foi forte."

A Força Aérea Chinesa posicionou seus caças nativos, incluindo J-20 e J-10, junto com o SU-30, de origem russa, perto do território indiano no Tibete. Eles também ativaram seus sistemas de defesa aérea, incluindo o S-400, adquirido da Rússia.



© SPUTNIK / PHOTO HOST AGENCY
Sistema de defesa antiaéreo S-400
Em resposta, a Força Aérea Indiana desdobrou seus caças de linha de frente, incluindo o Rafale e o MiG-29, ambos na região de Ladakh. Segundo Bhadauria, a Índia está pronta para responder a qualquer desventura do lado chinês. Por fim, enfatizou: "Tomamos todas as ações necessárias."

Bhadauria disse que qualquer conflito sério entre Índia e China não é bom para a China no front global. "Se as aspirações chinesas são globais, isso não se ajusta ao seu grande plano", concluiu.



© SPUTNIK / MAKSIM BLINOV
Caças MiG-29 da esquadrilha acrobática Strizhi realizam manobras durante concurso militar

O conflito entre Índia e China

Vizinhos, China e Índia não têm uma fronteira marcada na região disputada (Ladakh), sendo a separação de territórios estabelecida pela Linha de Controle Real, criada após a guerra de 1962 entre as nações. Desde então, vários conflitos fronteiriços ocorreram ao longo das décadas. Em 1993 e 1996, as nações firmaram acordos sobre a manutenção da paz nas regiões disputadas.

Neste ano, a situação no leste de Ladakh se agravou depois que aproximadamente 250 soldados chineses e indianos se enfrentaram na noite de 5 de maio na zona de Pangong Tso, deixando mais de 100 feridos em ambos os lados, confronto que só cessou após uma reunião entre os líderes locais.

Em junho, o mundo assistiu a uma escalada dos confrontos em Ladakh. No dia 16 deste mês, um alto oficial do Exército da Índia disse à Sputnik que o número de militares indianos mortos após conflito com tropas chinesas aumentou para pelo menos 20.

"Tropas indianas e chinesas foram retiradas da região de Galwan, onde entraram em conflito na noite entre 15 e 16 de junho de 2020. Dezessete militares indianos que ficaram gravemente feridos na Linha de Controle Real e expostos a temperaturas abaixo de zero em um terreno de alta altitude sucumbiram aos ferimentos, levando o número total de pessoas mortas a 20. O Exército indiano está firmemente comprometido em proteger a integridade e a soberania territorial da nação", afirmou, na ocasião, o oficial à Sputnik.

Em maio, o conflito parecia inevitável quando militares da Índia e da China implantaram tropas e armamentos em diversas áreas da Linha de Controle Real. Na ocasião, o exército chinês destacou aproximadamente 2.500 efetivos em Pangong Tso e no vale Galwan.



© AP PHOTO
Soldados paramilitares indianos montam guarda enquanto um comboio do Exército indiano se desloca na rodovia Srinagar-Ladakh em Gagangeer, nordeste de Srinagar, Índia, 18 de junho de 2020


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