O orçamento destinado a prefeituras para compras de caminhões de lixo com recursos do governo federal aumentou 833% entre os anos de 2019 e 2022, passando de R$ 24 milhões para atuais R$ 200,2 milhões. É o que revela reportagem de André Shalders, Julia Affonso e Vinícius Valfré deste domingo (22) do jornal O Estado de S.Paulo. O número de veículos comprados saltou de 85 para 453 - alta de 532%.
Segundo a reportagem, o esquema, que abastece pequenas cidades de redutos eleitorais de aliados do governo de Jair Bolsonaro, funciona por meio de emendas de relator e através de órgãos controlados pelo Centrão como a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e principalmente a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
Segundo a reportagem, caminhões são destinados a pequenas cidades sem qualquer plano para construção de aterros sanitários, como determinado em lei. Em cidades, como Minador do Negrão, o caminhão é muito maior que a capacidade de produção de lixo. Com 15 metros cúbicos, o município leva dois dias para encher a caçamba do veículo, que custou R$ 361,9 mil.
Desde 2019, o governo já destinou R$ 381 milhões para essa finalidade. A reportagem identificou pagamentos inflados de R$ 109 milhões. A diferença dos preços de compra de modelos idênticos, em alguns casos, chegou a 30%.
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