Imagens fornecidas pelo Telescópio Espacial Hubble revelam uma enorme galáxia elíptica, chamada NGC 474, a cerca de 100 milhões de anos-luz de nós.
Maior do que nossa Via Láctea pelo menos duas vezes e meia, NGC 474 é realmente um gigante, mas o que impressiona é sua forma praticamente redonda com camadas visíveis que cercam seu núcleo.
O que teria causado essas conchas, no entanto, ainda permanece um mistério para os cientistas, mas a hipótese seria a colisão entre duas galáxias como, por exemplo, a aguardada colisão entre a Via Láctea e a Galáxia de Andrômeda.
Ao longo do tempo, as galáxias mudam. Há mais de 13 bilhões de anos, as primeiras não passavam de pequenos fragmentos de matéria, até que começaram a se unir a outros fragmentos, formando estruturas cada vez maiores, fundindo-se, até crescerem ainda mais.
Atualmente, nossa própria galáxia tem aglutinado matéria da Galáxia Anã de Sagitário e, de acordo com os cientistas, a Via Láctea vai continuar fazendo parte do processo de fusão das galáxias, e provavelmente, daqui a cerca de 4,5 bilhões a 5 bilhões de anos, deve começar a se fundir com a vizinha Galáxia de Andrômeda (M31), e possivelmente com a Galáxia Triangulum (M33) também.
Galáxias elípticas como a NGC 474 são geralmente caracterizadas por sua aparência relativamente lisa quando comparadas com galáxias espirais (à esquerda), com estruturas floculentas entrelaçadas com faixas de poeira e braços espirais
Mas o processo não é simples. Além de levar muito tempo, isso acontecerá quando nosso Sol ficar sem hidrogênio em seu núcleo até começar a evoluir para uma gigante vermelha e somente depois devorar seus vizinhos com bastante vontade.
Então, na medida em que as duas galáxias se aproximam, a forte gravidade de cada uma distorce suas formas. Flâmulas gigantes de gás e poeira vão ser retiradas de cada galáxia, podendo produzir conchas como em NGC 474.
Mas a fusão de galáxias também produz outro efeito importante chamado de "nós de explosão", locais de formação de estrelas que ocorrem na sequência de uma fusão. A atividade junta nuvens de gás e poeira, posteriormente criando montes de estrelas quentes e jovens.
Mais tarde, a explosão de nascimentos estelares deve desacelerar e parar. A nova galáxia resultante deve assumir uma forma elíptica de aparência bastante chata, ou seja, foi o que aconteceu com NGC 474.
Além de darem pistas sobre sua formação, as conchas de NGC 474 também indicam que ela tenha aglutinado outras galáxias próximas, pois se apresenta em um trecho muito vazio do espaço.
Outra ideia é que as conchas podem ser causadas por uma colisão com uma galáxia muito rica em gás. Elas não apenas se encontraram uma vez, mas tiveram uma segunda colisão que levou à sua fusão final.
De acordo com a Science Alert, as imagens do Hubble dão uma visão mais detalhada dessa região central e dessas misteriosas conchas que têm inspirado os astrônomos a prever o nosso futuro intergaláctico.
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