Milhares de manifestantes se reuniram em cidades israelenses na noite deste sábado (29) exigindo eleições antecipadas e a conclusão imediata de um acordo para libertar reféns mantidos pelo Hamas por quase nove meses. A maior concentração ocorreu no centro de Tel Aviv, informou um correspondente da Sputnik.
As manifestações acontecem em um contexto onde as negociações não avançam em relação a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns, além da ameaça de uma guerra em grande escala com o Líbano.
O protesto tradicional em Tel Aviv está acontecendo perto do complexo de prédios do governo, onde fica a sede do Ministério da Defesa de Israel. Forças policiais foram posicionadas no local para bloquear o trânsito no centro da cidade e erguer barreiras.
Os manifestantes agitam bandeiras nacionais, entoam slogans antigoverno, tocam tambores e seguram fotos de reféns. A ação foi coordenada com a polícia e até agora foi realizada sem perturbar a ordem pública.
Vários familiares de reféns mantidos na Palestina falaram durante o evento, e um ex-refém discursou para a multidão por vídeo. Uma das familiares, Ayala Metzger, cunhada do refém Yoram Metzger, disse que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é cúmplice das mortes de reféns israelenses por causa de sua insistência em continuar a guerra.
"O que existe entre nós e os nossos entes queridos é a insistência de Netanyahu em não acabar com a guerra como parte de um acordo. A implicação de continuar a guerra é o assassinato dos reféns pelo governo israelense! Haverá sangue em suas mãos!" disse Ayala Metzger, de acordo com a mídia israelense.
Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque com foguetes em grande escala contra Israel e rompeu a fronteira, atacando bairros civis e bases militares. Cerca de 1,1 mil pessoas em Israel foram mortas e aproximadamente 240 foram sequestradas durante o ataque.
Em retaliação, Israel ordenou o bloqueio total de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. A ação, até o momento, deixou mais de 37,4 mil mortos e mais de 85,6 mil feridos.
Acredita-se que um total de 120 reféns ainda sejam mantidos pelo Hamas em Gaza.
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