Ato realizado em frente ao Estádio Pacaembu, em São Paulo, condenou a piora das condições de vida da população e apontou que a derrota de Bolsonaro nas eleições de outubro é fundamental para a reconstrução do país
O Dia do Trabalhador voltou a ser celebrado nas ruas de todo o país. Sob o lema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”, o 1º de Maio deste ano é marcado pelo retorno do povo às ruas após a pandemia de Covid-19. Os atos que foram realizados em diversas capitais do país defenderam urgência na luta contra a piora das condições de vida da população, a carestia e o desemprego, agravados sob o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Em São Paulo (SP), o ato foi realizado pelas centrais sindicais Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral de Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor. A tradicional programação cultural contou com os artistas Daniela Mercury, Francisco El Hombre, Leci Brandão, Dexter e DJ KL Jay.
O ato realizado na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, contou com participação popular abaixo do esperado pelos organizadores. O evento reuniu dirigentes sindicais, lideranças de movimentos sociais e de moradia, além de parlamentares e representantes de partidos políticos de esquerda.
Diferente dos anos anteriores, autoridades políticas e representantes de outras forças políticas do campo progressista também não compareceram às comemorações convocadas pelas centrais sindicais.
O ato contou com a presença do pré-candidato à presidência e líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva, que discursou aos presentes, levantando a defesa do emprego e a recuperação salarial como prioritárias para os trabalhadores, caso seja eleito para um novo mandato.
“Alguém melhor do que Jair Bolsonaro vai ganhar as eleições”
Segundo Lula “com certeza alguém melhor do que Jair Bolsonaro vai ganhar as eleições”. O ex-presidente chamou Jair Bolsonaro de “fascista” e “genocida” pela negligência no combate à pandemia que deixou mais de 630 mil mortos no país.
Para ele, foi “uma demonstração de que se pode, sim, aumentar o salário mínimo. Acontece que foram poucos os governos que, depois de Getúlio Vargas, tiveram coragem de discutir o aumento do poder aquisitivo do povo brasileiro”.
Lula disse que, caso seja eleito, vai conversar com os sindicatos para “restabelecer as condições de trabalho e o respeito aos direitos dos trabalhadores”.
“A miséria e a fome voltaram à realidade do povo, condena Sérgio Nobre, da CUT
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, disse que é preciso enfrentar o momento de crise que o governo Bolsonaro faz com o povo brasileiro com unidade de todo mundo.
“O Brasil vive o seu pior momento. Mais de um terço da população ou está sem trabalho ou tem um emprego que mal chega em um salário mínimo para comprar comida para a família. Novamente a miséria e a fome que estavam erradicadas no nosso país há até pouco tempo, no final do governo do presidente Lula, voltou e as famílias estão dormindo nas calçadas, famílias despejadas de suas casas, também no campo, com a agricultura familiar sendo expulsa da terra. A miséria voltou a campear em todas as capitais do país. Então o momento é muito grave. E enfrentar esse momento precisa da unidade de todo mundo. Essa é a grandiosidade do ato aqui. Está sangrando ainda no povo brasileiro as mais de 660 mil mortes por irresponsabilidade do governo Bolsonaro”, declarou Nobre ao HP.
“A saída é a luta, é a organização, e tem que ser uma luta unitária de todo mundo que é decente nesse país, de todo mundo que entende que o país precisa mudar de rumo. Nossa esperança é o presidente Lula. Todas as centrais aqui têm isso muito claro que esse é um momento para o presidente. Estamos a cinco meses da eleição da nossa vida. É vencer ou vender. O recado que queremos dar aqui na Praça Charles Miller para o Brasil e para o mundo é que nós não aceitamos mais o Bolsonaro, o Brasil precisa mudar de rumo e o recado é o da unidade”, continuou Sérgio Nobre.
Adilson: “Vamos derrotar Bolsonaro e reconstruir o país”
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, os trabalhadores deverão lutar para derrotar Bolsonaro nas eleições e pela reconstrução do país.
“A luta que nós devemos cravar, sobretudo no ano de eleição, é a bandeira do emprego, dos direitos, da democracia e da vida. E isso certamente vai exigir um programa de reconstrução do país. A construção de uma frente ampla do campo popular para fazer valer uma derrota ao Bolsonaro e ao bolsonarismo. E do ponto de vista das condições de trabalho e das condições de vida do povo trabalhador”, disse.
“Esse governo não tem aptidão nenhuma para um projeto de desenvolvimento de nação. Não há razões e nem tão pouco se deve esperar que esse governo adote políticas para retomar as grandes obras de infraestrutura. O investimento no sentido de fortalecer a saúde, a educação, a moradia pública… Ao contrário. É um governo lambe botas, um governo que faz a opção por beneficiar os ricos e o rentismo. A maior prova disso é que o desemprego cresce”, continuou Adilson.
Mudar o país está nas mãos dos trabalhadores, defende Miguel da Força Sindical
O presidente da Força Sindical Miguel Torres, afirmou que é preciso aproveitar as eleições que se aproximam para mudar a realidade do país, em que a carestia acomete a população, é preciso tirar o atual governo.
“É um ano eleitoral e é um ano que nós podemos mudar o que o Brasil está passando hoje. Nós levaremos esse debate para a população. Quem acha que está tudo bem, que vote em quem quiser. Agora, quem acha que está errado, está mal, que o Brasil está indo pro buraco e não dá mais pra comprar botijão de gás, carnes, legumes, da qual a inflação tornou impossível a nossa sobrevivência praticamente, é preciso mudar e a mudança é esse ano, onde o nosso voto tem o mesmo peso do voto do rico, do latifundiário. Então está na nossa mão, na mão dos trabalhadores e trabalhadoras, que são a maioria da população e tem que mudar essa situação”, disse.
Nossa unidade é pelo Fora Bolsonaro, afirma Patah da UGT
O presidente da UGT Ricardo Patah afirmou que as centrais estão unificadas em torno do Fora Bolsonaro e continuou dizendo que será lançada uma cartilha para que o trabalhador vote em trabalhador.
“Hoje, a carestia é uma realidade terrível, muita gente morrendo de fome, mesmo com o Brasil rico, um Brasil com o agronegócio fantástico, minério, um povo maravilhoso, pode hoje morrer de fome. Não há dúvida que hoje é um dia de referendar uma data histórica, mas mostrarmos indignação. Temos alguns procedimentos muito unificados, o primeiro é Fora Bolsonaro, não há nenhuma divergência nesse tema em todas as centrais, todos que estão falando e falaram é Fora Bolsonaro”, disse.
“Outra questão é fundamental nós despertarmos entre nós a participação na política na Câmara dos Deputados, na assembleia, porque lá no parlamento nós estamos apanhando feio desse mercado, desse governo liberal, trazendo uma série de adversidades e tirando uma série de direitos. Nos compete a partir de agora, na cartilha que estamos lançando hoje, quem está nos ouvindo, quem está lendo, fique ciente e consciente que essa cartilha é trabalhador vote no trabalhador, através desta cartilha, desse trabalho que vamos fazer já, nós vamos mudar o Brasil”, concluiu Patah.
Bira: Todos os democratas são contra Bolsonaro
Para Ubiraci Dantas – Bira, da CTB, a questão dos trabalhadores hoje é a derrocada de Bolsonaro, em defesa da democracia, da vida e do desenvolvimento nacional.
“É preciso unir todos os democratas contra o Bolsonaro. Nós temos que abrir os braços, estender as mãos para aqueles que queiram derrotar o fascismo. Nós temos que combinar a defesa da democracia, da vida com o desenvolvimento nacional, unir todo mundo nessa direção e pra começar, unir todos para derrubar Bolsonaro, construindo uma plataforma, com diretrizes para o desenvolvimento do Brasil”, disse Bira.
Edson Índio, dirigente da Intersindical disse que é necessário lutar contra o desemprego, contra a carestia, a miséria e a fome no país.
“Importante a gente poder reunir os trabalhadores para defender os direitos, para dizer que a gente não aguenta mais pagar o que a gente está pagando na gôndola do supermercado, na bomba de gasolina, o preço dos alimentos. O desemprego brutal, Milhares de pessoas morando nas ruas e, enquanto isso, o Bolsonaro tenta desviar atenção da população com Daniel Silveira e atacando o STF. Precisamos falar daquilo que interessa, que é a vida do povo, que é a inflação, que é a fome, que é a miséria que está crescendo no Brasil”, disse.
Bolsonaro só governa para seus interesses pessoais, condena a presidente do PT
Para a deputada federal e presidente do PT Gleisi Hoffmann, Bolsonaro age contra a democracia e desvia as pautas necessárias que o país pede para defender seus interesses.
“Infelizmente o país que nós temos hoje está governado por um homem que coloca como centralidade da sua pauta o interesse pessoal. A tristeza do povo brasileiro é não ter um projeto para esse país, é ter gasolina cara, é ter óleo diesel caro, é ter gás de cozinha caro, é as pessoas indo ao supermercado e não conseguem comprar o necessário para poder dar sustentação às suas famílias, é a baixa renda, é o desemprego”, disse.
“E de quem é a culpa disso? Desse genocida do Bolsonaro que está lá. Ele quer desviar a pauta, ele quer tirar da centralidade da sua responsabilidade aquilo que é o motivo pelo qual um governo é eleito a vida do povo brasileiro. E nós não podemos deixar isso acontecer. Nós lutamos pela democracia, pelas nossas instituições, pelo voto na urna eletrônica, mas sobretudo a democracia tem que ser consistente para a vida do povo, democracia para nós é ter direito ao emprego, é ter direito a renda, é ter direito a comida, é ter direito a saúde, é ter direito a educação, é isso que nós queremos, por isso a diferença, ele tem uma pauta pessoal, nós temos a do povo”, disse Gleisi.
Orlando: Derrotar Bolsonaro é uma necessidade dos trabalhadores do Brasil
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) denunciou no ato que Bolsonaro “quer tirar o foco dos problemas reais do Brasil. Esse papo de Daniel Silveira, indulto, STF, voto impresso, é tudo cortina de fumaça”. “Ele não quer discutir [o preço do] gás de cozinha, o preço da comida, do transporte desemprego, a fome que voltou para a casa dos brasileiros”.
“A política econômica dele produz desemprego, redução da massa salarial. As pesquisas mostram agora, último dado, caiu 9% a massa salarial brasileira. Bolsonaro governa para os ricos e esse Primeiro de Maio tem que ser o começo de uma jornada que vai culminar em outubro na derrota de Bolsonaro. É uma necessidade para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil derrotar Bolsonaro”, declarou.
Precisamos superar a crise instaurada por Bolsonaro, defende Haddad
Fernando Haddad (PT), ex-prefeito da cidade de São Paulo e pré-candidato ao governo do estado, afirmou no ato que o país tem condições de superar a crise instaurada por Bolsonaro e é preciso lutar ainda mais para a derrocada do governo, para que as futuras gerações possam ter um horizonte.
“Nós queremos o melhor para o país, não falta tecnologia, não falta dinheiro, não falta condições materiais para oferecer uma vida digna para os seres humanos em geral, onde quer que a gente esteja. Nós temos total condição de oferecer uma vida melhor pras pessoas. Mas hoje o país não tem um projeto de recuperação da educação pós-pandemia, não vê uma iniciativa para reduzir as filas do SUS, que ficou represada durante 2 anos, isso é que causa indignação. E nós temos tecnologia social para dar uma resposta. Os partidos progressistas sabem lidar com essa situação. Mas está na hora de defender o nosso legado e propor que o Brasil saia desse atoleiro que o Bolsonaro colocou para a gente ter um horizonte pros nossos filhos, nós não estamos nem defendendo a nós, nós estamos defendendo as futuras gerações”, disse Haddad.
“Nosso desafio é defender a democracia”, diz Fernando Guimarães do movimento ‘Direitos Já’
Fernando Guimarães, coordenador do movimento ‘Direitos Já’ e membro do Diretório Nacional do PSB considera que temos dois desafios a seguir pelo país, lutar pela democracia e governar o país pós eleições.
“Esse 1º de Maio vem em um momento decisivo da nossa história, que deve validar o retorno do caminho democrático, da Constituição de 88. Vem num momento de enormes dificuldades para os trabalhadores brasileiros. Hoje o salário mínimo equivale à própria cesta básica. Um momento de grande insuficiência alimentar no país, de fome e o presidente da República prefere manter o Palácio da Alvorada como um bunker de golpistas ao invés de ter o que deveria ser uma central de desenvolvimento econômico, regional, para a gente sair dessa grave crise”, disse.
“Temos dois desafios hoje. O desafio de defender a democracia porque não há outra possibilidade se não a vitória do campo democrático. Qualquer cenário de reeleição de Bolsonaro implicaria mergulhar o Brasil rumo a uma ditadura, a uma implosão das instituições que ele vem abalando. E temos uma missão de governar o país após a eleição. Não vai ser fácil construir tudo o que ele não está fazendo”, continuou Guimarães.
O Brasil se tornou um cemitério de obras paradas, condena Ramalho da Construção
O deputado estadual e dirigente sindical, Ramalho da Construção (PSDB), disse ao HP que “o país conta com aproximadamente sete mil obras paradas. Das quais três mil e quinhentos são escolas, mas estão parados não só a escola. Estão parados viadutos. Está parado o saneamento básico: água, esgoto e asfalto… Enfim você vê a quantidade de obras que se tornaram um verdadeiro cemitério”.
“Para se ter ideia, em 2010, nós tínhamos 3,6 milhões postos de trabalho diretos, agora são 2,4 milhões e quatrocentos mil postos de trabalho na construção civil”, alertou Ramalho.
Ele destacou ainda a necessidade de investimento na moradia popular como saída para a crise. “Pobre não tem dinheiro pra financiar nada mesmo”. Para ele, é preciso “um governo que arrume fundo de algum lugar pra financiar a moradia. Gera emprego e dá condições de vida às pessoas”.
Esse é o ano de tirar o Bolsonaro e criar uma nova perspectiva para o povo, afirma Fajardo dos Metroviários
Wagner Fajardo, coordenador geral do Sindicato dos Metroviários afirmou que este dia do trabalhador talvez seja o mais importante dos últimos tempos, do qual se faz necessário unir forças para derrotar Bolsonaro.
“Esse 1° de Maio é um dia que temos muito pouco a comemorar, mas que temos muito luta, muito a organizar. Porque esse é o ano de tirar o Bolsonaro, de criar uma nova perspectiva para o nosso povo, para os trabalhadores em especial, com emprego, salário digno. Esse é, talvez, o dia do trabalhador mais importante desses últimos tempos, porque também é o 1º de Maio que estamos comemorando a unidade das centrais, dos trabalhadores, dos movimentos sociais e do povo, unidade que é muito importante nesse ano em torno da luta para tirarmos o Bolsonaro do governo e termos a perspectiva de elegermos um presidente que respeite a democracia, de elegermos Lula para mudar a vida desse povo sofrido que está passando fome”, disse.
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O Correio é do povo e vamos impedir a privatização, declara Diviza
O presidente do Sindicato dos Correios Elias Cesário, conhecido como Diviza, afirmou que esse 1° de Maio é o momento da virada para tirar Bolsonaro e que é preciso defender os Correios, uma empresa do povo brasileiro.
“A importância desse 1º de Maio é que as pessoas abram a mente, para enxergar as mentiras ditas por esse presidente, de que tem dinheiro, que está tudo bem, mas os trabalhadores estão sentindo na pele a gravidade da situação. Então esse é um momento de virada, porque a carestia está demais, o desemprego, muitas pessoas nas ruas passando fome. Espero que o povo brasileiro entenda que esse ano tem que votar em alguém mais próximo dele, em um presidente que chegue mais próximo de nós, do povo”, disse.
“Que impeça a privatização dos Correios que está em curso pelo governo Bolsonaro, porque essa empresa é muito importante para o Brasil. É o que nos liga, é o que liga o país inteiro, com preços mais baratos, sem distinção de classes. O Correio não é do governo, é do povo brasileiro”, completou.
“Nosso aqui Brasil é um projeto que tira o povo da fome”, destaca Chicão, dos Eletricitários
Para Chicão, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paaulo, o 1º de Maio deste ano está marcado pela “defesa do trabalhador e defesa das melhores condições de vida”. “Enquanto isso, Bolsonaro está defendendo os ataques do STF”.
“O projeto nosso aqui Brasil é um projeto que tira o povo da fome novamente porque voltou pra fome. É um projeto que gera emprego porque gerou muito desemprego. É um projeto que retome, resgate o meio ambiente que está sendo devastado e a dignidade humana tem que ser respeitada, falta humanismo nesse governo. Então o nosso projeto é esse. Já o projeto deles é enganando pessoas para criar um regime de conturbação e tentar se manter na mamata do governo Bolsonaro”.
Fonte Hora do Povo
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