Total de visualizações de página

Leitores online

terça-feira, 30 de junho de 2020

Após pit bull atacar criança, ex-deputado não prestou socorro e sacou arma ao fugir

Família de menina atacada por pit bull constesta versão do ex-deputado – Foto: Reprodução



Conduzido pelo ex-deputado estadual Luciano Batista, um cachorro da raça pit bull atacou e causou sérios ferimentos a uma criança de 5 anos.

Segundo Natália Bezan Xavier Lopes, advogada da família e da vítima, o animal estava sem os aparatos de segurança impostos por lei, como focinheira e o enforcador.

“A guarda do animal não foi feita do jeito correto. Quanto a isso não existe questionamento. E muito me espanta isso ter vindo de uma pessoa que é ex-vereador é ex-deputado, tem o total conhecimento das leis municipais e estaduais sobre o assunto”, comenta Natália.

Segundo o testemunho da mãe para a advogada, o ex-deputado segurava o cachorro com uma mão enquanto falava ao celular com a outra quando o animal escapou e atacou a criança – que estava com ela em um parquinho na orla do Itararé, em São Vicente.

Ainda segundo o testemunho da mãe, Batista tentou segurar o cão pela coleira, mas a guia caiu no chão e a criança foi mordida na mão e na região da boca.

Para salvar a filha, a mãe teria entrado em luta corporal com o cachorro e soltado a mandíbula do animal, carregando a criança até um posto do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para primeiros socorros.

Luciano Batista apresentou uma versão diferente para história em suas redes sociais um dia após o incidente. O caso segue sob investigação em inquérito policial.

Batista afirmou que estava de fones de ouvido não percebendo a aproximação da criança que assustou o cão. Diz também que entrou em luta corporal com o animal e, por isso, garante que foi mordido no braço, no qual levou sete pontos.

“Nunca passei por esse pesadelo, não desejo isso a ninguém. Foi uma coisa que vai ser difícil tirar da minha cabeça, imagino para a mãe da criança, que foi muito valente’, desabafou, na publicação.

Ele afirma ainda ter acompanhado a criança até a unidade médica, para ter ciência do estado de saúde e que manteve contato com a família da criança. “O mais importante é a vida da criança”, diz.

No entanto, os responsáveis negaram que o deputado tenha visitado a criança na internação e alegam também que não receberam qualquer contato dele. Ele teria comparecido a unidade de saúde para atendimento próprio, sem qualquer contato com a família da vítima.

Circula nas redes sociais um vídeo que reitera a versão apresentada pela mãe da vítima, um rapaz, que se diz testemunha do ocorrido, afirma que o pit bull escapou a criança e, além de não prestar socorro, o ex-deputado fugiu. A suposta testemunha afirma também que Batista sacou uma arma enquanto tentava fugir.


  


A criança foi socorrida às pressas até o Hospital Municipal e, na sequência, até um hospital particular, em Santos. “Ela teve escoriações na mão e dilacerações no rosto. Levou de 30 a 40 pontos na face. No ponto de vista de recuperação ela está bem, em casa, mas não podemos precisar as sequelas físicas por conta da dilaceração do rosto, se ela precisará se submeter a mais cirurgias”, conta a advogada.

A criança recebeu alta no domingo (28) e já está em casa com a família, em São Vicente. Os familiares não comentaram sobre consequências estéticas e psicológicas devido aos ferimentos, sendo que a mãe da criança foi comunicada para prestar depoimento na delegacia da cidade, que abriu um inquérito policial para investigar o caso.

Nesse mesmo dia, o ex-deputado postou um vídeo em seu perfil nas redes socais contando sua versão da história. Ele alega que levava o cão de uma vizinha de prédio para passear porque a dona estava impossibilitada – garantindo ser uma gentiliza feita há anos.


POSTAGENS MAIS VISITADAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minha lista de blogs