Grupo adverte sobre efeitos negativos que podem recair sobre Moscou caso decida invadir a Ucrânia. Secretário de Estado dos EUA também citou que gasoduto Nord Stream 2 pode não ver "gás fluindo" se ação russa se concretizar.
Neste domingo (12), durante a cúpula do G7 organizada no Reino Unido, o grupo divulgou uma declaração conjunta dizendo que a Rússia enfrentará consequências enormes e graves custos se o presidente, Vladimir Putin, atacar a Ucrânia, segundo a Reuters.
"A Rússia não deve ter dúvidas de que uma nova agressão militar contra a Ucrânia teria consequências massivas e graves custos de resposta. [...] Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como o direito de qualquer Estado soberano de determinar seu próprio futuro", disse um trecho do comunicado relatado pela agência.
A inteligência dos EUA avalia que Moscou pode estar planejando uma ofensiva em várias frentes contra a Ucrânia já no próximo ano, envolvendo até 175.000 soldados, segundo a mídia.
Principais representantes do G7 em Liverpool, Reino Unido, 12 de dezembro de 2021
"Apelamos à Rússia para diminuir a escalada, buscar canais diplomáticos e cumprir seus compromissos internacionais sobre a transparência das atividades militares. Reafirmamos nosso apoio aos esforços da França e da Alemanha no formato da Normandia para alcançar a plena implementação dos Acordos de Minsk a fim de resolver o conflito no leste da Ucrânia", declarou o grupo.
Em comunicado divulgado pela Embaixada da Rússia em Londres na noite de sábado (11), antes de o documento conjunto do G7 ser divulgado, o governo russo disse que o uso frequente da frase "agressão russa" pelo Reino Unido durante a reunião de Liverpool foi enganoso e projetado para criar um motivo para o G7 se reunir.
"A Rússia fez inúmeras ofertas à OTAN sobre maneiras de diminuir as tensões. O fórum do G7 poderia ser uma oportunidade para discuti-las, mas até agora não ouvimos nada além de slogans agressivos", disse o comunicado da embaixada.
Ameaça ao Nord Stream 2
Também neste domingo (12), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que está presente na reunião, declarou que se Moscou executar a invasão da Ucrânia, "é improvável que o gás flua pelo gasoduto Nord Stream 2 [Corrente do Norte 2]", relatou a agência.
"Esse gasoduto [...] não tem nenhum gás fluindo por ele agora. E, na verdade, é uma fonte de influência para a Rússia porque na medida em que o presidente Putin quer ver gás fluindo por esse gasoduto – se e quando se tornar operacional – é muito improvável ou difícil ver isso acontecendo se Moscou renovar sua agressão à Ucrânia, se tomar medidas renovadas", disse o secretário durante a cúpula.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, participa de uma sessão plenária da cúpula do G7 de ministros de Relações Exteriores e Desenvolvimento no Museu de Liverpool, Reino Unido, 11 de dezembro de 2021
O G7 é formado por Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Estados Unidos, além de um representante da União Europeia.
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